sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Fim de ano...

Passei muito tempo sem escrever. Final de ano na faculdade e foram tantas provas e preocupações... Bom, passei para o 2º ano da faculdade!

Depois, quando acabou tudo, estava tão empolgada para rever os amigos, procurar novos livros e ler as notícias do mundo que a inspiração de escrever foi-se embora sem mais nem menos. Gosto de escrever quando me sinto inspirada, quando sinto que algo dentro de mim me impulsiona para que eu possa transpor a matéria e pôr a minha alma naquilo que escrevo.

E, agora, como não vou mais viajar estarei aqui escrevendo e lendo como antigamente! Ah, doces férias...

Mais um ano termina e agora é hora de rever o que fizemos no ano de 2009 - os erros e os acertos. Também é hora de pensar no que será feito em 2010 e ter pensamentos positivos. Agradecer pela vida e por todos aqueles estão do nosso lado.

Vivemos num ciclo de início, meio e fim. E, portanto, cada ano novo é uma bênção! Então, vamos festejar!

Espero que todos tenham tido um Natal maravilhoso e que o ano de 2010 venha trazer muitas reflexões e mudanças positivas!

sábado, 17 de outubro de 2009

Reescrevendo a história!

Em 1992-1993 no oeste do rio Awash, Depressão de Afar e Aramis na Etiópia, foram encontrados 17 fosséis de um hominídeo datando de 4,4 milhões de anos. Foi uma descoberta chocante no mundo da ciência.

O mais interessante, entretanto, foi se desdobrando com o passar de um estudo extremamente cuidadoso de dezessete anos. Reconstruindo a partir dos fósseis e da ajuda da ciência combinada com a tecnologia, surgiu o possível ancestral mais antigo do homem: O Ardipithecus ramidus.

No dia primeiro de Outubro de 2009, paleontologistas anunciaram a descoberta de uma Ardipithecus relativamente completa da subespécie ramidus - depois de longos dezessete anos de estudo. São os restos de uma fêmea intitulada de Ardi. Por suas características peculiares, Ardi não pôde ser encaixada na espécie de Australopithecus, como a conhecida fêmea Lucy. Ardi era ligeiramente inferior a Lucy, mas possuía duas vezes seu peso. Embora não se saiba se a espécie de Ardi desenvolveu os Homo sapiens, a descoberta é de grande importância visto que Ardi é o mais antigo e completo fóssil conhecido de hominídeos.

Cerca de um milhão de anos mais velha que Lucy (a ancestral mais antiga do homem até então) a fêmea Ardi começou o que eu creio ser uma grande revolução em todos os livros de história. Primeiramente, Ardi não era um macaco nem um humano. Possuía um crânio pequeno, media cerca de 1,20m de altura e pesava 55 kg.

Entretanto, seus pés eram mais semelhantes aos símios que aos humanos. Então como Ardi era bípede? Por quê era bípede? Os cientistas perceberam que algo bizarro ocorria; Ardi ia de encontro a todo o conceito de evolução que até então tinham como correta. Ardi não podia ser visualizada pela ciência antes; apenas agora.

Com aqueles pés Ardi podia agarrar coisas no chão como um macaco, contudo Ardi andava apenas com eles dois. Suas mãos, diferentemente dos símios, não possuíam nós que possibilitavam o andar de quatro patas. Outra diferença marcante são os caninos. Essa nova espécie descoberta possuía caninos pequenos inclusive nos machos, diferentemente dos chimpanzés atuais.

Com a descoberta de Ardi, paleoarqueólogos e cientistas do mundo todo juntaram-se pela busca de mais evidências nos solos da Etiópia. Dezessete anos de estudos contínuos e de busca por toda e qualquer evidência fossilizada possibilitou uma reconstrução aproximada de Ardi e do mundo em que ela viveu. Descobriu-se que a Etiópia, há 4,4 milhões de anos, não era uma savana e sim uma floresta densa de árvores altas. Isso pôs em cheque uma teoria evolucionista que afirmava que as savanas haviam poporcionado um ambiente extremamente propício para que nossos ancestrais se tornassem bípedes; visto a possibilidade de olhar por sobre alturas maiores e alcançar frutos com mais facilidade.

Contudo, Ardi vivia numa floresta densa. Era bípede e cujos machos de sua subespécie - Ardipithecus ramidus - possuíam caninos pequenos. Em tese, ambas características não trariam vantagens. Animais quadrúpedes são mais rápidos e caninos maiores e mais fortes possibilitam uma defesa maior. Entretanto deveria ter existido vantagens extremamente significativas para que a evolução tomasse tal rumo. Hoje, vemos que os chimpanzés e gorilas estão quase a beira da extinção, limitando-se a pequenas áreas, enquanto os humanos ocupam todo o planeta. Cientistas criaram uma teoria de que o fato de ser bípede trazia a vantagem da coleta de alimentos. As fêmeas eram atraídas pelo macho que coletasse mais e não por aquele que possuía caninos maiores. Isso possibilitava uma alimentação farta tanto para as fêmeas quanto para os filhotes possibilitando, inclusive, mais encontros sexuais e, portanto, mais nascimentos.

Darwin afirmava que éramos uma evolução dos chimpanzés pela aparência e inteligência semelhantes. Na época, sem uma prova visual, Darwin foi ridicularizado. Apesar de não sermos a evolução dos chimpazés; apesar de que hoje temos conhecimento de que são duas evoluções diferentes, sabemos que Darwin não estava de todo errado.

Recentemente, em 2001, descobriu-se um novo fóssil de um novo hominídeo, um ancestral um milhão de anos mais velho que Ardi: O Ardipithecus kadabba. Esta subespécie viveu cerca de 5,54 e 5,77 milhões de anos atrás.

O doutor Haile-Salassie descreve o Ardipithecus kadabba como a provável primeira éspecie do ramo até os humanos, logo após a separação evolutiva da linhagem comum com os chimpanzés. Pelas descobertas do Ardipithecus ramidus e o Ardipithecus kadabba, estima-se que o primeiro ancestral comum entre os chimpanzés e os humanos deva ter em média 6 a 7 milhões de anos.

Por curiosidade: Neste ano de 2009 comemoram-se os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e também os 150 anos da publicação do livro "A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural". Coincidência, não?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As Olimpíadas de 2016

Primeiramente devo dizer que não sou nem pró Lula nem contra Lula. Acho que qualquer forma de radicalismo é ruim porque não aceita opiniões diversas, não tem uma abertura geral da situação, da realidade e isso é péssimo tanto para a pessoa radical em si, que se torna extremamente alienada, quanto para a sociedade em geral. Mas devo dizer também que, particularmente, identifico-me bem mais com a esquerda do que com a direita. Esclarecida, então, a minha visão política vamos a minha humilde opinião sobre as Olimpíadas de 2016.

Quando soube que as Olimpíadas seriam no Rio de Janeiro a primeira reação que tive foi neutra. Nem fiquei feliz e saltitante e nem triste e cabisbaixa. Disse à mim mesma: "Antes de tudo vou analisar as consequências políticas disso para o Brasil, favoráveis ou não". Afinal, não sou letrada em política e ainda não sei o que juridicamente as Olimpíadas iam representar para o nosso país internacionalmente.

Esperei até o dia seguinte, pois teria aula de Ciência Política e nada melhor do que esclarecer essas dúvidas com o meu professor. A aula daquele dia era sobre democracia e, no meio dela, meus colegas dispararam a perguntar sobre as Olimpíadas de 2016 no Rio (nem precisei esperar o fim da aula). Meu professor é extremamente humilde e a aula dele, para mim, com certeza, é a melhor de todas. Ele deu de ombros e disse mais ou menos assim:

"Bom, para o Rio de Janeiro as Olimpíadas serão excelentes, mas para o resto do Brasil não creio que será o mesmo. A partir do momento em que o Rio de Janeiro foi escolhido para ser sede das Olimpíadas, o Brasil teve que assinar um contrato internacional no qual ele se responsabiliza por melhorar, consideravelmente, os meios de transporte, os pontos turísticos e a violência no Rio de Janeiro. Caso não sejam feitas tais melhoras, ele sofrerá uma pena internacional pré-estabelecida. Obviamente que o Brasil não irá querer sofrer essa penalidade de caráter internacional, portanto, em longo prazo, as arrecadações feitas pelo Estado brasileiro irá em boa parte para o estado do Rio de Janeiro. As verbas já são muito mal distribuídas e isso irá se intensificar. O Brasil inteiro vibrou, mas o cidadão que vive, por exemplo, na Amazônia mal sabe que a verba que ia para o seu estado será potencialmente desviada para o Rio de Janeiro".

Uma aluna perguntou, nesse momento, o que o governo Lula deixará para o Brasil no fim das contas.

"Entre todos os governos desde 1988, com certeza, o governo Lula foi o que mais investiu em ações sociais. Mesmo que esse negócio de bolsa família seja mais uma medida eleitoreira que social, relembremos nossos presidentes anteriores: Sarney, Collor, Itamar, FHC.
Por exemplo, vejamos as universidades públicas. Elas estavam em caos! E na era FHC muitos diziam que seria o fim das universidades federais e estaduais. Alguns até pensaram em estipular uma mensalidade que seria paga por todos aqueles que não entrassem pelas cotas e isso só não ocorreu porque os estudantes de dentro das universidades se rebelaram.
O fato é que a Universidade Federal (que antigamente mal conseguia pagar a conta de luz, água e o papel higiênico - posso dizer isso com todo embasamento, pois naquela época eu era professor da Universidade Federal da Bahia) hoje pensa em finalmente, depois de um congelamento de mais de onze anos, aumentar o salário dos professores, incentivá-los à pesquisa e melhorar as condições da infraestrutura das universidades. Além disso, o número de universitários dobrou e, mesmo que eu ainda diga que a escola pública deveria ter sido o primeiro local - pois é a base - para sofrer esse tipo de estatística, ainda sim não deixa de ser uma melhora".

Depois disso não pude fazer outra coisa a não ser concordar com o que ele disse (em tudo). Eu mesma, por exemplo, sou filha de dois professores da UFBA e lembro daquela época como se fosse hoje. Uma época de vacas magras - de greves constantes e de insatisfações (de alunos e professores). Hoje, entratanto, as coisas vem melhorando vertiginosamente. E não é preciso ser filha de professores da Universidade Federal, ser o próprio professor ou aluno para ver o óbvio.

Discutir política, de fato, é uma arte que deveria ser uma capacidade inerente a todos, mas que infelizmente não é. Creio eu que política não é impulsividade, mas sim uma análise profunda de benefícios ou maléficios a curto ou longo prazo. É rever historicamente erros e acertos e tentar fazer diferente em prol de você mesmo, em prol do próximo e de todos que estão por vir.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Querida infância...

Hoje é um dia especial. Homenageando esses pequenos seres que um dia serão grandes: nossas crianças (nosso futuro).

Minha mãe sempre disse que não há sensação melhor do que a de abraçar uma criança e senti-la estreitando os seus bracinhos sobre nós. Creio que ela tem razão. A energia de pureza e inocência, além da magia encantadora de acreditar num mundo lindo e surreal são exclusividade dessa fase maravilhosa chamada infância.

Hoje peguei-me relembrando de mim mesma quando pequena; tão cheia de sonhos e fantasias. Naturalmente tive que crescer e muitos desses mesmos sonhos e fantasias perderam-se no tempo ficando, entretanto, a nostagia e a doçura da lembrança. Ainda conservo dentro de mim alguns resquícios da criança que eu fui outrora e que ainda vibra, corre, brinca, ri de bobagens, que não gosta de calúnias, mentiras e vive o momento com plenitude.

Tornar-se adulto é inevitável, porém pra quê mudar o que há de bom existente na crinça que um dia você foi? Para quê tornar-se sempre sério quando você pode gargalhar e sentir as bochechas e a barriga doerem de alegria?

Às vezes, em meio a inocência de uma criança existe uma maturidade incrível; uma visão que muitos perdem com o passar dos anos: a sensibilidade.

Assista:

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sensação de dever cumprido

Ontem foi o último dia de apresentação do minicurso sobre Bullying em que eu e mais alguns colegas ministramos. Estávamos cansados e queríamos terminar logo. A escola pública na qual ficamos responsáveis era na Cidade Baixa, ou seja, extremamente longe do lugar onde estudávamos ou morávamos. Nesses cinco dias de aula foi uma tarefa árdua se deslocar da Cidade Alta para a Cidade Baixa... Extremamente árdua.

Mas ontem, quando finalmente demos por encerrado o minicurso, a sensação que se apoderou sobre mim foi maravilhosa. Aqueles adolescentes naquele dia estavam atentos e pareciam beber nossas palavras. Na parte das dinâmicas eles participaram e respeitaram a vez do outro. Mesmo que a gente não tenha conseguido alcançar uma conscientização plena em todos, sinto que uma sementinha foi plantada e uma melhora aconteceu. Ao menos agora eles sabem das consequências de seus atos...

Todos os meus colegas sentiram o mesmo. Estávamos cansados, mas felizes. Mesmo com todas as adversidade, os problemas com o equipamento de áudio-visual, o estresse para fazermos tudo a tempo; sabemos que fizemos o melhor que podíamos.

Ministrar esse minicurso ajudou, consideravelmente, a tirar o meu tempo livre, dificultar os meus estudos na faculdade, impossibilitar-me de atualizar o meu blog e ler os blogs amigos... Mas, mesmo assim, algo muito maior ficou, algo que não sei dizer o que é, mas que mexeu comigo. Foi difícil, muito difícil, mas vi uma realidade totalmente diferente da minha e agora sinto-me mais apta para escrever sobre eles, pensar sobre eles e, até mesmo, criticar nosso sistema educacional.

Um sistema educacional precário que não incentiva a sede de conhecimento dos jovens, muito pelo contrário, até desestimula. Ao mesmo tempo, entretanto, vi que a vice-diretora e alguns funcionários daquela escola eram doces de pessoas que fizeram de tudo para que ministrássemos nossas aulas com o material que havíamos preparado, mesmo com todos os problemas que apereceram. Portanto, creio que há esperança e sei que sempre haverá enquanto houverem pessoas dispostas a fazerem a diferença.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dancem, Macacos, Dancem!



Pois é, agora vou dançar. Digo... Estudar.


(Amanhã tenho prova de Direito Civil)

sábado, 29 de agosto de 2009

A Montanha e o Rio

Estive com sorte ao finalizar a leitura de um livro encantador nessas férias de Junho e Julho. Eu o tinha visto na livraria e a capa me chamou a atenção. Comecei, então, a folheá-lo e fiquei encantada: tive que comprá-lo!

Não me decepcionei de forma alguma. O livro é fascinante e o autor, Da Chen, o faz fluir de uma maneira incrível. Quando me dei conta não conseguia fazer outra coisa senão acordar e pegá-lo logo para ler. Fui até tachada de antisocial pela minha família por causa desse livro (risos).

"A Montanha e o Rio" se desenrola na China dos anos 60 e a história é contada pela perspectiva de dois irmãos: Tan e Shento. Em cada capítulo ou Tan ou Shento conta a sua versão da história que vai evoluindo através dos anos e da maturidade dos irmãos.

Filhos do mesmo pai e de mães diferentes: Tan é o filho primogênito do grande general Ding Long e de uma pianista; uma linda mulher vinda de uma família também muito influente. Shento, por sua vez, é bastardo e filho de um relacionamento cladestino de Ding Long com uma bela camponesa.

A história começa logo pela perspectiva de Shento contando sobre as dificuldades de seu nascimento e da rejeição que marcou sua vida quando ainda nem sequer havia vindo ao mundo.

O mais interessante, porém, é que o romance tem como cenário os tempos de ditadura de Mao Tsé Tung e conta com uma riqueza de detalhes todas as injustiças, a pobreza e a falsa planificação de um governo comunista violento e repressor. Também relata a queda do governo Mao, a ascenção de outro presidente, Heng Tu, e a mudança na economia que lentamente passava a se abrir para o mundo enquanto o lado social e político ainda eram severamente mantidos em rédeas curtas.

A mistura da ficção, da realidade histórica, do romance e da dor de dois irmãos atingidos por um modelo político impiedoso e sutil me mantiveram cativa do livro até o final. É impossível criar um único vínculo com Shento ou com Tan. Os dois sofrem de maneiras diferentes e acabam se apaixonando por uma mesma mulher: Sumi.

Sumi é dona de uns poucos capítulos no livro e também relata neles a sua perspectiva da situação, a sua confusão emocional e moral, além da luta silenciosa que ela trava contra o governo comunista chinês...

Enquanto a história se desenvolve, cada personagem envereda por caminhos diferentes. Caminhos, entretanto, que levam a uma encruzilhada em que cada um deles terá que se deparar um com o outro.

O autor pesquisou muito o contexto histórico para criar um romance realista e ele conseguiu. O romance ganha vida através de seus personagens e dos detalhes que o autor faz questão de realçar. Só posso dizer que este foi, com certeza, um dos melhores livros que já li.

"Apaixonada por dois irmãos! Eu amaldiçoava o meu próprio destino, as três facas cravadas nele. Quem eu deveria escolher? Shento, com sua crueza da gente das montanhas e sua sede desesperada? Ou Tan, com o coração amoroso que tranquilizava minha mente, sem deixar espaço para a mágoa e a solidão, fazendo com que eu não precisasse de mais nada? Um morreria por mim. O outro não viveria sem mim". - Sumi

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amor platônico e o fim de um ciclo

Lá estava eu no auge de meus 14 anos bem perto de fazer 15. Era uma quinta-feira ensolarada, porém era um dia atípico no meu colégio e todos estavam eufóricos; ao invés de termos a última aula do dia nós teríamos algo parecido com uma palestra no teatro da Escola.

Eu não sabia o que estava acontecendo e tão pouco me importava. Achava legal e estava contente com uma aula diferente, mas não sabia sobre o que seria e nem quem seria o palestrante.

Eu peguei minha bolsa, meus materiais e junto com minhas amigas fomos para o teatro. Lembro-me muito bem que sentei na segunda fileira do canto direito, ou seja, eu ia ver perfeitamente o palestrante dalí.

Conversando com algumas meninas, momentos antes da palestra começar, soube que o palestrante era um cartunista famoso e obviamente me empolguei quando soube. Fiquei muito ansiosa quando ele apareceu de costas, ainda falando com nossa coordenadora.

De repente ele virou e, ao invés de subir para o palco, ficou na platéia com o microfone na mão. Naquele momento a única coisa que veio na minha cabeça foi: "Lindo!". Ele era, na minha concepção ingênua, o homem mais maravilhoso que já havia visto na vida.

Fiquei fixamente olhando, sem conseguir desviar o foco sequer um minuto enquanto ele gesticulava e conversava brincando conosco. Ele sorria com um brilho nos olhos enquanto falava sobre o prazer de desenhar, de fazer o que gosta e da necessidade de conscientizar as pessoas através de seu trabalho. E quanto mais ele falava mais encantada eu ficava...

Ele era tudo o que eu, uma garota madura de 14 anos (pelo menos era assim que eu me considerava), havia sonhado: jovem, idealizador, bonito, maduro e inteligente. O que mais eu poderia querer?

Quando a palestra terminou eu não resisti ao impulso de me aproximar e senti uma raiva dentro de mim quando vi que outras meninas também não haviam resistido. Eu fulminei cada uma delas com meu olhar discreto enquanto eu ainda o via sorrir e falar com uma simplicidade encantadora.

De repente, eu percebi estarrecida que eu estava tendo o meu primeiro amor platônico. Nunca antes havia me sentido tão encantada por alguém. Quando a ficha caiu eu me senti imatura...

Eu sempre havia dito que amor platônico não existia, que era uma ilusão criada por uma pessoa infântil que ainda sonhava com contos-de-fada. Para a minha surpresa o feitiço havia virado contra o feiticeiro. Eu, na verdade, era a pessoa infantil que ainda sonhava com contos-de-fada...

Me envergonhei, mas continuei olhando fixamente para ele enquanto falava algumas poucas vezes sobre a palestra. Ele, de repente, deu um sorriso aberto para mim e perguntou-me se eu ia para a Bienal do Livro. Eu senti meu coração disparar e minhas bochechas ruborizarem quando percebi que a pergunta era direcionada a minha pessoa. Eu respondi um tímido "sim" e ele sorriu mais abertamente ainda mandando-me procurá-lo em seu estande. Eu só pude sorrir de volta, abobalhada, enquanto sentia uma felicidade sem tamanho crescer dentro do peito. Eu sempre havia amado a Bienal do Livro e naquele momento havia surgido mais um motivo para amá-la ainda mais.

Saí do teatro com uma cara de quem havia ganhado na Mega Sena. Eu contei para as minhas amigas e elas riram me dizendo que não o havim achado tão incrível assim, mas eu não me importei. Ele era, para mim, maravilhoso.

Naquele mesmo dia, descobri que ele era o tio de uma das minhas amigas com quem eu conversava as vezes. Descobri, também, que ele tinha 24 anos e para mim foi um choque. Ele era jovem, mas definitivamente não para a minha pessoa. Eu tinha apenas 14 anos e ainda nem havia sequer entrado no Ensino Médio. A minha cabeça, naquele instante, sentenciou que ele nunca ia me ver como mulher.

Fiquei desconsolada e decidi manter, de fato, um amor platônico: olhando-o e admirando-o a distância até crescer e ter meus 18 anos quando ele, finalmente, veria a mulher que eu havia me transformado. Aquele era meu plano e com o tempo foi esquecido. Continuei a ir para a Bienal do Livro, a vê-lo e conversar algumas poucas vezes com ele, mesmo quando eu tinha que lembrá-lo de onde ele me conhecia...

Hoje, eu tenho 18 anos e descobri, por coincidência, que aquele meu primeiro amor platônico está namorando e teve um filho neste mesmo ano. Não pude deixar de sentir uma dorzinha e, ao mesmo tempo, uma nostalgia gostosa quando eu lembrei do meu inocente plano de quatro anos atrás e de como o mundo sempre dá voltas...

*Quadro do início do post de Josephine Wall - Prelude to a Kiss

sábado, 15 de agosto de 2009

CECI

Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas! Estou sem tempo de passar nos blogs que normalmente leio e eu fico tão agoniada quando vejo as atualizações e a falta de tempo para ler. Eu fico aqui morrendo de vontade (virou um vício - risos) de ver os posts, de comentar... Ai que tortura! Minha faculdade ta me tirando o couro, mas vou ler com calma e com muito carinho ainda essa semana!

Novidades! Fiz minha inscrição no CECI (Centro de Cidadania) no qual eu vou dar aulas para adolescentes carentes de escolas públicas. Estou tão empolgada!

Já foi decidido que vou dar um curso de 5 dias com mais cinco participantes no meu grupo. O tema será "bullying" e achei maravilhoso poder falar sobre isso. Fiquei espantada com a quantidade de informações e possibilidades que poderemos fazer com este tema que é algo que ocorre muito nas escolas independentemente se for pública ou privada.

No início eu queria poder falar sobre meio ambiente e sustentabilidade, mas acho bullying igualmente interessante e algo mais próximo desses adolescentes. Percebi nesse meio tempo que muita gente não sabe o que é o bullying: minha mãe, por exemplo, não sabia e ela é uma professora universitária.

A culpa não é dela. O bullying é um tema que surgiu recentemente e que também foi nomeado recentemente. Nem sequer temos uma tradução própria para essa palavra em português.

O ato de violência física ou psicológica contra uma pessoa pode ser chamado de bullying. Bully significa com algo próximo de "valentão" e bullying o ato de intimidação.

Quem nunca sofreu com o bullying que atire a primeira pedra! Um apelido pejorativo quando criança, um insolamento proposital dos coleguinhas ou difamação.

O bullying pode apresentar-se como uma brincadeira de mal gosto sem muitas consequências, mas não é bem assim. A vítima do bullying pode sofrer traumas que vão durar para sempre ou até cometer atos extremos como o "bullycídio" ou atos de revolta como aquele visto na escola de Columbine nos Estados Unidos.

Já estabelecemos o esquema de aulas e segunda vamos começar a dividir o trabalho. No momento estamos só na fase das pesquisas. Em alguns dias de apresentação também seremos avaliados por uma banca examinadora e, com isso, concorreremos ao prêmio jurídico Adroaldo Leão além das 40 horas de atividades extra-curriculares (risos). Torçam por mim!

domingo, 2 de agosto de 2009

Ajudar é sempre muito bom

Eu estava no computador (cheia de coisas pra fazer, diga-se de passagem) mas a tentação foi grande demais e li o post da Lola (que sempre traz questões muito interessantes para debate e eu adoro participar!) sobre a Semana Mundial da Amamentação.

Nunca antes havia tido consciência sobre o assunto. A mídia não faz muita questão de falar sobre isso e eu me senti tocada ao ler e tomar conhecimento. E, agora, estou orgulhosamente participando da Postagem Coletiva sobre a Semana Mundial da Amamentação. Começou no dia 1 e vai até o dia 7 de Agosto.

Quem está organizando é a Denise pelo terceiro ano consecutivo. Lendo o post da Lola eu pude também conhecer este outro blog maravilhoso! A Denise foi a primeira responsável pela coordenação da Semana Mundial da Amamentação no Brasil em 93 e depois ela coordenou o evento, internacionalmente, entre 97 e 99. Nossa! Fiquei besta e admirada quando li tudo isso no blog dela.

A iniciativa está sendo um sucesso! E eu não preciso dizer a importância da Campanha. O aleitamento materno é o ato mais importante para um bebê em formação e nesses momentos de crise e desastres ambientais ele faz a diferença. Nada substitui o leite materno e isso é fato. Proteger as nossas crianças é um dever de todos.

O tema deste ano é "Amamentação: Segurança alimentar nas Emergências". Para saber mais eu recomendo dar uma passadinha no blog da Denise ou no site.

Outra questão que a Lola colocou e que eu concordo em todos os sentidos foi sobre a Lei Maria da Penha. Todos sabem do absurdo que é bater numa mulher. Alguns pensam que ainda vivemos numa sociedade patriarcal, que o homem manda e a mulher obedece. Alguns até chegam a pensar que bater na mulher é "normal".

Não, não é normal. É uma violência e uma dor que deve machucar além do corpo físico. Uma humilhação. Os filhos assistem impassíveis, choram e se traumatizam (e só Deus sabe o quê ou como se tornará uma criança dessas). E eis que uma pequena esperança de fazer justiça surge com a Lei Maria da Penha.

O absurdo é que vem agora: a Lei não tem sido aplicada da forma que deveria. E alguns juízes (homens, obviamente) com a mentalidade retrógrada (pra não dizer outra coisa) estão contrários a Lei!

Existe uma petição para que a Lei Maria da Penha seja de fato cumprida. Leia e assine aqui a petição. Sua participação é importante e vamos dar um basta bem grande nessa situação.

Bom, eu sou ativista ambiental. Participei de algumas ONG's quando ainda estava no Colégio. Agora, infelizmente, não tenho participado e sinto muita falta daqueles tempos. A minha faculdade tem um programa de instrução para escolas carentes que vou me inscrever segunda-feira e chama-se CECI (Centro de Cidadania) e provavelmente (ainda não tenho certeza absoluta) farei um curso para essas crianças sobre o Meio Ambiente e a importância de conservá-lo.

Lá na Lola eu vi que está tendo outra petição e dessa vez é da Greenpeace para que os principais líderes mundiais participem pessoalmente da COP-15. Sabia do COP-15, mas não sabia mais uma vez sobre essa petição. Minha nossa, me senti tão desinformada do mundo! (risos)

Para quem não sabe o COP-15 é uma conferência da ONU que vai ter na cidade de Copenhagen na Dinamarca do dia 7 ao dia 18 de Dezembro sobre as mudanças climáticas que estão tendo no mundo afora. As geleiras eternas estão derretendo é só ver as fotos, mas exitem pessoas que simplesmente não querem enxergar. É assustador, mas temos que ver a realidade de frente.

Quando assisti ao documentário "Uma Verdade Inconveniente" não vou mentir que fiquei extremamente assustada, mas a vontade de fazer alguma coisa foi maior ainda. Ficar parado não dá. Pelo menos vamos assinar a petição, gente. É rapinho.

É possível fazer a diferença é só não se acomodar. E, mais uma vez, valeu Lola pelo post!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Viajar é preciso!

Ah, como é difícil voltar as aulas depois de 40 dias de férias. Ta complicado de acordar cedo, de dormir cedo e já tenho um monte de livros e apostilas pra ler. Até parece que nem saí de férias...

Também não viajei para lugar nenhum nesses 40 longos e passageiros dias. Senti falta de ir para algum ambiente diferente. Fiquei pelas redondezas e depois, somente, a minha casa. Já não estava mais aguentando olhar para a mesma parede todos os santos dias... Por incrível que pareça eu tava rezando para as aulas começarem.

Não é que eu não goste das minhas aulas. Eu adoro! Mas... Ah! Eu queria ter aproveitado mais! Ter rido mais, ter saido mais e, principalmente, viajado!

Não tem nada melhor do que sair de férias, organizar um grupo grande de amigos, pensar num lugar interessante e sair pela estrada ouvindo um bom CD, iPod, mp3 e afins calmamente.

No início desse ano eu viajei para a Chapada Diamantina (BA). Foi encantador! Conheci pessoas incríveis, fiz belas amizades, entrei em contato com a natureza e, enfim, me senti viva! A Chapada é um dos destinos mais místicos que existe. Não tem como você não se emocionar. Lá a energia é diferente: é mais forte, mais perceptível, mais pura!

Estou com o livro de Direito Civil aberto olhando meus esquemas no caderno e sentindo uma saudade que chega a ser dolorosa dentro do peito ao lembrar dos momentos mágicos na Chapada e das pessoas que também foram mágicas...

Eu Recomendo: Ir para a Chapada Diamantina ou no meio do Ano (em épocas de Junho para curtir os festejos juninos) ou no final (dezembro ou janeiro - pode ser fevereiro também). Na minha opinião, no meio do ano a melhor cidadezinha seria Mucugê ou a Vila do Capão. No finalzinho tanto faz, mas eu não recomendo muito Lençois. Como é uma cidade muito procurada e o centro turístico da Chapada ela perdeu o charme de cidade pequena. A Vila do Capão é muito conhecida pelo seu ar místico e hippie enquanto Mucugê pela graciosidade. Ambas, para mim, são o melhor ponto de partida para se conhecer a Chapada (que é enorme).

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

(Amyr Klink)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre pais e filhos

Eu vou recomeçar as minhas aulas na faculdade nesta segunda-feira, dia 27. Tenhos três trabalhinhos de férias pra fazer e que eu fiquei empurrando com a barriga durante todo este mês (risos). Mas antes de voltar a fazê-los (sim, eu estava fazendo-os) eu gostaria de escrever sobre algo que eu não parei de pensar desde que lembrei de uma discussão que tive numa das inúmeras aulas de Ciência Política e Direito Civil.

Nós falávamos sobre o fim da família tradicional e a ascenção da família afetiva. Resumindo: Não importa se eu tenho laços sanguíneos com você, contanto que eu lhe ame e vice-versa.

Sou completamente a favor e, de fato, eu acredito na existência da família afetiva. Quem não tem - há de ter - alguém importante que ame como a um irmão, como até mesmo a um pai ou uma mãe...

Em alguns casos, o fato de ser um parente biológico nem significa muita coisa. Mas o que eu tentei expressar no dia (e eu acho que não consegui muito bem) foi a banalização do verbo "amar".

Hoje, tudo é motivo pra casamento. "Conheço uma pessoa há um mês e vamos nos casar no próximo porque já não consigo viver sem ela". Nossa, fico até agoniada quando ouço essas
coisas...

O ser humano é algo complexo, paradoxal e ambivalente. Você acha que o conhece, mas o tempo pode trazer surpresas inesperadas.Você acredita numa ilusão que criou.

Meses ou alguns anos podem não ser suficientes para mostrar quem de fato aquela pessoa é. As vezes nem mesmo ela sabe. Eis o perigo de se relacionar às cegas.

E o que mais me deixa "revoltada" (não era bem essa palavra que eu queria usar) é quando essa banalização do verbo "amar" atinge pessoas inocentes: os filhos.

"Eu o amo e por isso quis ter um filho com ele". Ah! Qual é? Isso se chama o cúmulo do egoísmo! Uma pessoa dessas sequer está pensando na criança que vai crescer e se desenvolver, mas está vendo a criança como um objeto, a "prova de amor".

Essas emoções fulgazes, essa falta de tato nos relacionamentos levam, invariavelmente, a separação. Depois essa tal pessoa imaginária casa-se de novo e, mais uma vez, levada pelo sentimentalismo do momento, sem raciocinar, sem pensar que suas ações, agora, envolvem seu filho também.

E eis que temos um ciclo sem fim até o dia em que essa pessoa caia na real e veja que casar e ter filhos não é como brincar de casinha. Uma criança precisa de estabilidade, de pais presentes, de pessoas queridas que lhe dêem apoio e orientação.

Ter um filho nos dias de hoje é um ato de coragem que eu admiro. Eu imagino que não deva ser nada fácil. Mas, também, deve ter uma sensação de plenitude ao ver um filho crescido trabalhando, se esforçando e percerber que se tornou um homem/mulher de bem.

O certo, na minha humilde opinião, seria: "Eu o amo e estou pronta para ser mãe assim como ele está pronto para ser pai". E vice-versa...

Não se esqueçam que não se cria os filhos para si, mas para o mundo. As crianças de hoje são os adultos de amanhã e uma criança feliz e bem orientada tem muito mais chance de ser um cidadão capaz de fazer algo de positivo tanto para a sua comunidade quanto para o mundo.


Um livro muito bom que tive certo contato nas férias foi:

Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury


(Sim, eu gosto de ler um pouco de tudo).

terça-feira, 21 de julho de 2009

IYA 2009

Assistam até o fim! São só seis minutinhos e 38 segundos!





Não sei vocês, mas eu sinto uma estranha atração pelo desconhecido. Quando eu estou longe da metrópole eu gosto de sentar na grama e ficar olhando o céu estrelado e me perguntando: "O que diabos tem lá em cima?".

Será que estamos sós nesse planeta? Será que existe mesmo vida inteligente? Para os espiritualistas existem seres mais evoluidos e menos evoluidos que os humanos em outros planetas (ou planos). Difícil é imaginar que existem seres piores que o homem por aí pelo espaço...

Isso me faz lembrar do filme "Presságio" com Nicolas Cage que lançou por agora (já está em DVD). O final é meio clichêzinho, mas no todo eu gostei (óbvio que eu não vou entrar em detalhes sobre o final, ne?).

Um filme que de certa forma me emocionou sobre isso foi "Contato". Foi um belo filme, nem um pouco clichê e com um final surpreendente. Vale a pena alugá-lo no fim de semana, galera.

Mas o motivo do post sem sentido não é nada disso. Eu, simplesmente, tive insônia a noite toda (exagero) e eu fiquei com uma vontade "insana" de falar sobre isso.

IYA 2009 (Internacional Year of Astronomy)

Site: http://www.astronomia2009.org.br/

O Ano de 2009 é nada mais nada menos que o Ano Internacional da Astronomia. Com uma série de programas globais, talvez a sua cidade seja agraciada para sediar um deles e você nem esta sabendo.

A minha cidade, pobrezinha, certamente não será tão agraciada assim. Arte e cultura? Aqui só tem Carnaval em primeiro lugar. O teatro tem até tido uma procura e oferta maiores ultimamente, mas nem os pontos turísticos se salvam. Restauração já!

Voltando...

Quem se interessar o site está ali em cima!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Memórias Estudantis...

Primeiramente explicando...

Gostaria de agradecer as minhas amigas Marie e Bee pelo incentivo e apoio!

Mas o que seria "O Neanderthal"?

Um blog com conteúdo satírico político, sociológico e antropológico. Através do delicioso humor ácido aqui faremos uma reflexão, mas hoje não teremos o humor ácido nem satírico. Hehe...


Estive lendo por esses dias um livro chamado:


Memórias Estudantis: Da fundação da UNE aos nossos dias de Maria Paula Araujo

Ali pude relacionar e raciocinar muita coisa sobre a luta histórica de nosso país. Afinal, o que é a UNE? Para os pessimistas de plantão que acreditam que o movimento estudantil está morto é porque eles mesmos estão estagnados na sociedade. O movimento estudantil vive! Enquanto ainda houver jovens com idéias inovadoras, a coragem para combater e a vontade de mudar o movimento estudantil viverá.

Irum Sant'Anna, na época da formação da UNE estudante de Medicina, na página 27 do livro diz:

"Nós queríamos fazer uma entidade de estudantes, cuidando dos interesses dos estudantes, mas, ao mesmo tempo, uma entidade política, democrática, que estivesse, desde o início, lutando por todos os interesses nacionais. Surgiam, naquela época, a luta pela siderurgia nacional, a luta pelo petróleo nacional e, posteriormente, a luta contra a bomba atômica, a luta do Petróleo é Nosso. Enfim, nós queríamos uma entidade assim, sonhamos com uma entidade desse jeito. E o espanto que eu vejo, agora, com a minha idade provecta é que aquele sonho nosso foi realizado na prática muito acima do que nós imaginávamos.
Nosso sonho era este: uma entidade democrática, política, atuando politicamente e, ao mesmo tempo, tratando, dos interesses dos estudantes. A UNE ultrapassou tudo o que nós sonhávamos".

Ficamos por aqui. Lutando contra a regressão de valores, contra a regressão de idéias e com o ideal de alcançar sempre a evolução...

O cenário é sempre mutável depende, apenas, de seus atores em cena.