Mostrando postagens com marcador vida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vida. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 6 de março de 2014

Vamos curtir?

Sabe de uma coisa? Vamos curtir? É, vamos curtir.

Vamos ser adeptos do momento? E tem que ser intenso! Nada de café com leite, meio termos e palavras não ditas que sufocam.

Vamos curtir, sair, conhecer gente nova. Vamos sorrir mais e cobrar menos. Vamos discutir política, religião, cinema e música? Vamos fugir por aí sem rumo e falando bobagens. Vamos rir um do outro. Vamos nos levar menos a sério porque, assim, a gente se encaixa melhor.

Vamos curtir essa ausência de pessoa ao lado. Essa ausência de dedos entrelaçados, de beijos carinhosos e beijos quentes. Vamos curtir essa ausência do cheiro de perfume e que remetia sempre ao fato de que não ia durar por muito tempo. Vamos curtir porque "quem sempre quer vitória perde a glória de chorar".

Vamos curtir os ideais românticos porque é gostoso gostar, sonhar, sentir. Se não der certo, a gente curte a dorzinha que fica misturada com as lembranças doces de um momento que passou.

Vamos curtir lentamente. Vamos saborear as sensações em cada garfada. Pra quê pressa quando degustar é tão bom?   


sábado, 12 de maio de 2012

Jane ou Marylin...?

 
Marylin Monroe será a imagem da próxima edição do Festival de Cannes, que acontece entre os dias 16 e 27 de maio.

No cartaz do evento (ao lado), que será realizado na Côte D'Azur francesa, Marilyn aparece, em uma foto em preto e branco, soprando a vela de um bolo dentro de uma limusine.A foto em si foi tirada por Otto L. Bettmann. Reproduzindo o que foi dito pelos organizadores do festival, a foto "representa a perfeita encarnação do glamour e do festival, figura de um ideal de simplicidade e elegância". Ressaltaram, inclusive, que Marylin "despertava a imaginação em cada uma de suas aparições".

Neste ano, completam-se 50 anos de sua morte trágica em que foi encontrada morta por overdose de barbitúricos. A morte, em si, já foi bem misteriosa tendo desaperecido o laudo da necrópsia, pessoas ouvindo barulho de helicóptero e sirene de ambulância (antes mesmo da empregada encontrar Marylin).

Mas o que realmente importa, depois de todos esses anos, é o mistério por detrás da lenda que Marylin foi. Ninguém sabe, da fato, a mortal que ela era. O que resta registrado por pessoas que a conheceram, que conviveram com ela é que Marylin Monroe ou Norma Jeane Mortenson (ou Jane, como gostava de ser chamada antes de se tornar Marylin) era encantadora como uma criancinha e sedutora como uma deusa, quando queria.

"...todo mundo está sempre pegando no seu pé. Todos querem uma parte sua. É como se eles tirassem pedaços de você. Acho que eles nem percebem, mas é 'faça isso, faça aquilo..' mas você quer ficar intacta - intacta e sobre dois pés". Marylin Monroe

Na minha opinião, pelo que eu li e pude assistir, ela não era um anjo, nem um demônio. Marylin era perturbada, sim, mas, acredito, que ninguém quis ver isso e ajudá-la de fato e quem pôde não conseguiu fazer isso. Ela era complexa, mas, não, ela não era má pessoa. Ela podia ser o maior símbolo sexual do mundo, mas era extremamente insegura. Era espontânea e esse era o seu talento. Marylin tinha plena consciência do que fazia e das reações que ocasionava, mas para ela tudo era uma grande diversão e ela mergulhava naquilo numa tentativa de se salvar, de ser feliz. Porque feliz, de fato, ela nunca foi de verdade.

"Sou apenas uma garotinha em um grande mundo tentando encontrar alguém para amar". Marylin Monroe

Depois disso, não tenho mais nada a dizer...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sabina Spielrein

Onde eu estive durante todo este tempo que eu nunca tinha ouvido falar de uma mulher tão extraordinária? Eu fui assistir o filme "Um Método Perigoso" tendo em mente observar dois grandes ícones da psicanálise como Jung e Freud divergindo entre si, mas fui tomada de surpresa ao me deparar com Sabina. Ela tomou minha atenção durante todo o filme e com o passar do tempo, apesar das discussões acaloradas entre Freud e Jung, foi ela quem roubou a cena para si.

Ela me lembra um pouco um dos personagens de Almodóvar. Uma compilação de anjo e demônio, de força e sensibilidade, feminilidade e masculinidade. Você a vê destroçada e mentalmente perturbada para, logo em seguida, mostrar a força e a inteligência que possui.

Ela foi, certamente, uma mulher muito a frente de seu tempo e se tornou uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo. Acredito, que por ter sido morta pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial, ela não pôde fazer história como Jung ou Freud.

Mesmo assim, durante o período em que ainda esteve viva e ativa na psicanálise, ela pôs em prática algumas de suas ideias. Ela, em 1923, criou um jardim de infância em Moscou, na então União Soviética, sendo todas as paredes e as mobílias de cor branca, o que deu o apelido ao lugar de Berçário Branco. A instituição tinha como principal finalidade o rápido amadurecimento crítico e analítico das crianças. O Berçário Branco foi fechado três anos depois por autoridades soviéticas sob a justificativa de que o local provia práticas de perversões sexuais para as crianças. Uma curiosidade muito interessante foi que o próprio Stalin matriculou seu filho,Vassili, neste lugar, mas com um nome falso.

Essas informações que eu citei acima não aparecem no filme, diga-se de passagem. O foco é na relação perturbadora de Sabina e Jung e o quanto isso afetou a vida dos dois, bem como a relação divergente entre Freud e Jung tendo Sabina no meio dela.

Infelizmente, Sabina não escreveu seu nome na história e esteve apagada até então. Sendo, apenas, um nome na lista de pacientes de Freud e uma paciente com quem Jung estabeceleu uma relação afetiva durante um certo período de tempo. Aqui, em "Um Método Perigoso", ela renasce e mostra ao mundo quem de fato ela foi.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Adeus, Amélia?!

As mulheres são os seres mais admiráveis do mundo. É incrível o quanto elas foram subordinadas, exploradas e subestimadas (e, mesmo assim, deram a volta por cima). O fato é que elas têm mostrado ao mundo o quão forte são e que não precisam de homem nenhum para alcançar o sucesso.

Lendo o Blog da Natália Klein recentemente não pude não pensar no texto sobre relacionamentos, carreira e etc: One is the loneliest number. Vivemos numa sociedade que preza muito mais pela individualidade do que a sociedade do tempo dos nossos pais, por exemplo (quiçá dos nossos avós). Mulheres já não são mais donas de casa que esperam ansiosamente pelos seus maridos ou jovens assíduas esperando o tal pedido de casamento. Não somos mais preparadas desde meninas a cozinhar, lavar, passar e etc (falando a verdade: eu não sou lá essas coisas na maioria dessas tarefas citadas).

Há alguns anos atrás (não muitos, devo dizer), eu tinha um discurso bem "Amélia" mesmo. E, com o passar do tempo, eu não quis mais ser a Amélia de homem nenhum. Fui percebendo que o ser humano é muito maquiavélico, dissimulado e, na maioria das vezes, idiota (digo ser humano pra não dizer "homens" - afinal, mulheres também são assim). O ponto é que, por mais independente que a mulher possa ser hoje em dia, homens e mulheres continuam muito diferentes (na grande maioria das vezes). Fazendo uma análise sociológica das relações das minhas amigas (fazendo, inclusive, uma retrospectiva das minhas próprias relações mal sucedidas), eu posso dizer que elas mergulham de cabeça naquele relacionamento que estão tendo e, passado algum tempo, o resultado, geralmente, é o desaparecimento repentino do cara, um fora tácito (ou não) e tudo o mais.

Eles, infelizmente (ou não), ainda são criados para o desapego enquanto as mulheres ainda querem o chamado "algo mais" ou relacionamento sério ou qualquer coisa que você quiser chamar isso. O fato, é que isto vai alcançando um nível de necessidade assustadora com o passar do tempo (e isso vai depender de mulher para mulher). Claro que isso acontece com o homem também. O problema é que o tempo para os homens demoram duas vezes mais para alcançar esse tal nível desesperador.

Apesar da revolução feminista, da queima dos sutiãs, da liberação do sexo, da reprodução independente... Toda mulher ainda tem um pouco de Amélia. Ou é cuidadosa e gosta de ser cuidada, e/ou gosta de cozinhar, lavar, passar e/ou então quer ter o tal do alguém ao seu lado. O alguém. Esse é o "x" da questão para a maioria das mulheres.

Homens reclamam que as mulheres são complicadas, mas se eles parassem um pouquinho para analisar a história das mulheres a conclusão seria muito fácil. As mulheres querem independência pelo medo da subordinação dos séculos anteriores, mas, também, querem ser cuidadas, mimadas, receber galanteios e ter aquilo que se chama de companherismo. Afinal, as mulheres ainda são frágeis e sentimentais (por mais fortes que aparentem).Assim, pela própria natureza da mulher, para um homem que respeite seus limites e seus anseios, por quê não ser um pouco Amélia pra ele se ele for um pouco Amélia para ela?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Intrínseca mudança

Eu ultimamente tenho feito o exercício de me olhar no espelho. Não uma olhada comum no intuito de ajeitar os cabelos desalinhados ou checar a maquiagem. Na verdade, é um olhar interno... Daqueles que desnuda a alma.

Após estes últimos anos eu me sinto muito mudada. Desde sempre sinto que carrego duas personalidades comigo: uma delas é jovial, risonha, gosta de estar entre muitos amigos e é muito curiosa aos segredos da vida e a tudo o que diz respeito aos seres humanos; a outra é muito recatada, tímida talvez, gosta de lugares calmos e situações que lhe transmitam segurança... Definitivamente não gosta de excessos.

Muitas vezes essas duas personalidades se chocaram e eu fiquei perdida. Não sabia como agir em muitas situações e simplesmente fiquei apática. Não fiz nada. Deixei a correnteza me levar pra onde quer que ela quisesse, mas isso também não me fazia bem. Esta sensação de se sentir fora de controle me apavorava de certa forma...

Percebo que a pior sensação do mundo é aquela em que me sentia perdida em mim mesma, num total e completo vazio...

Agora, contudo, venho buscado minha paz interior. Percebo que não adianta forçar a felicidade sendo uma coisa que não sou. Essas personalidades são partes de mim e eu devo respeitar seus desejos e seus limites.

domingo, 9 de maio de 2010

A maior solidão

"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre".

(Vinícius de Moraes)

Ah! Vinícius e suas sábias palavras que sempre me fazem pensar. Eu prefiro errar, chorar e sentir a maior dor do mundo a me enclausurar em mim mesma. Sou humana e me orgulho de dizer isso.

Minhas emoções... Nada pode comprá-las, saná-las ou apagá-las. Meus erros me fortalecem e me fazem mais mulher. Sinto o gosto do fel das minhas derrotas, mas também sinto o doce das minhas vitórias. Assim como a luz não existe sem a escuridão, não há felicidade sem dor.

Sigo em frente buscando meu equilíbrio profissional, emocional e espiritual.

O equilíbrio e nada mais.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estado de graça

Mais um mês e eu estou tão cansada que mal consigo ter forças pra levantar da minha cama pela manhã. Cansei da minha rotina. Tenho uma vontade louca de sair por aí sem rumo. Largar tudo e ir me enterrar em algum buraco onde eu possa coexistir somente comigo mesma e mais algum ser humano doido o suficiente pra me acompanhar nessa empreitada.

Entretanto, apesar desse cansaço todo, existe uma centelha de mudança em mim. Algo novo que me impulsiona a seguir em frente e deixar pra trás o que deve ser deixado. Me sinto mais viva e mais feliz comigo mesma.

Tenho buscado em mim o meu amor próprio e pude perceber o quão especial eu sou. Ninguém precisa me dizer isso. Estou satisfeita em me olhar no espelho. Estou mais bonita, mais alegre e cheia de esperanças.

É uma mudança positiva que me fez ver a maravilha de se praticar o desapego. Eu não preciso de ninguém pra me completar - eu me completo. Não é que eu queira ficar só... Até porque eu estou muito longe de ser um estóico. Definitivamente, eu não gosto da solidão. Eu gosto e quero pessoas que me complementem. E completar e complementar são duas coisas bem diferentes.

Vivo um dia de cada vez, saboreando cada vitória e me divertindo com pequenas coisas. Antes a minha pressa de ser feliz fazia com que eu buscasse a felicidade de maneira desenfreada. Hoje eu vejo que isso não funciona. É como dar um tiro no seu próprio pé.

Estou vivendo com muita calma. Estou em pleno estado de graça.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Observando o céu

Era um belo dia de sábado. Estava sentada na varanda e comecei a olhar curiosamente as nuvens brancas. Os pensamentos voaram para longe enquanto eu fazia uma retrospectiva da minha vida, das minhas aspirações e sobre a interrogação do meu futuro.

Abracei minhas pernas de encontro ao peito e fechei meus olhos totalmente absorta. Me perguntava como seria daqui pra frente. Quais seriam as dores, as alegrias, as derrotas e os ganhos que eu teria? Como eu reagiria?

O princípio da vida é saber se erguer sem pompa e tratar bem os semelhantes, ou seja, saber ser humilde.

"O mundo dá voltas". - Meus pais sempre diziam. - "Hoje você pode estar por cima, mas o amanhã é uma incógnita. Você precisa se cercar de pessoas boas".

O problema desse conselho é saber quem são as pessoas boas. O sorriso de alguém pode ser uma máscara. Além disso, temos a tendência natural de achar que o outro pensa como nós - nos espelhamos no outro. E, meu deus, como isso é perigoso...

E quanto ao amor? Como reagir diante desse sentimento tão ambíguo e paradoxal? Nos enganamos tanto com nós mesmo - os sentimentos se confundem. Imagine, então, com o outro?

Paixão e amor... Como defini-los desde o início com a razão e não com a emoção?

Tantas dúvidas, mas apenas uma certeza: A de viver plenamente cada dia que passa e saborear os bons momentos ao lado daqueles que consideramos especiais.

É preciso saber evitar o sofrimento, mas nunca esquivando-se dele a ponto de perder a felicidade...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

As pessoas que ficam

No post passado eu falei sobre o fim e finalizei dizendo que o próprio fim é um recomeço. Sim, um recomeço. Uma ironia, não? Mas é a verdade.

A cada fim nós mudamos - nos transformamos em outras pessoas. E isso é necessário. Acredito que nossa missão seja mudar. Mudar sempre e pra melhor.

Certa vez Clarice Lispector disse que somos uma eterna metamorfose - um eterno esboço inacabado.

Entretanto, mesmo que a mudança seja evidente e intrínseca, as pessoas que marcam, vão e saem de nossas vidas deixam sua presença para sempre. Um sopro. Uma lembrança.

Depois que a dor da perda repentina passa, conseguimos ver a importância que um dia essas pessoas representaram para nós. Lembramos dos bons momentos e nos pegamos rindo sozinhos. Por vezes ainda choramos - não com dor - mas com uma doce saudade.

Também sabemos que com o tempo nos esqueceremos de muitas coisas. As lembraças - hoje nítidas - irão se tornar borrões, mas mesmo assim conseguiremos lembrar dessas pessoas. Simplesmente porque certas pessoas marcam e ficam pra sempre.

Como disse Drummond: "Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata".

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O new deal verde global

É fato que a sociedade vêm se preocupando cada vez mais com a situação do aquecimento global. O que era levado na brincadeira - como um capítulo irreal de ficção científica - há trinta ou quarenta anos atrás, hoje, é levado bem a sério. Também é certo que não há mais a possibilidade de fechar os olhos diante da realidade. Infelizmentente, o ser humano tem a tendência de ignorar os problemas e empurrá-los para debaixo do tapete e o que acontece com o passar dos anos é que este mesmo tapete fica cheio demais. Assim, a sujeira acaba por escapar pelos cantos revelando o tamanho da imundice acumulada.

Mas antes que haja desespero é preciso acreditar que é possível reverter a situação. Aconteceu ano passado ano duas conferências globais em Copenhague. Uma pequena regida por cientístas e outra de líderes mundias juntamente com a representação de algumas ONGs de grande porte. Em ambas o que foi colocado em pauta é a necessidade de se estabelecer um new deal verde global que deve ser construído em cada país.

Na conferência pequena que ocorreu em Maio do ano de 2009 e reuniu cerca de mais de 2 mil cientistas, a mensagem final foi de conclusões fundamentais combinando alertas duros e propostas viáveis de solução. A mensagem diz que as tendências observadas de aquecimento estão numa trajetória inaceitável e que há o risco de que acelerem e terminem por levar a mudanças climáticas abruptas e irreversíveis. Um aumento de temperaturas médias superiores a 2ºC não seriam suportadas pela sociedade em geral, especialmente, os países mais pobres que não teriam como suportar os resultados.

Eu fico revoltada com certas coisas que leio pela internet. O ser humano é apenas um animal - um animal racional. E exatamente por ser racional que deveria trazer benefícios ao planeta e não destruí-lo ou ficar sentado inerte pensando nas próximas férias enquanto come um hamburguer com coca-cola. As vezes minha irritação é tanta que eu me pego a pensar em como seria JUSTO que o planeta se revoltasse de vez contra nós humanos. E é isso que vai acontecer mais cedo do que se pensa se nada for feito. Eu estudei muito sobre aquecimento global. Fiz trabalhos e é a linha que quero seguir - a de Direito Ambiental. Sou jovem, mas não sou idiota - eu leio, eu penso, eu estudo!

Vejo blogs radicais dizendo que o aquecimento global é uma fraude e percebo que existem pessoas concordando. Não suporto radicalismo de nenhum tipo e acho que radicalismo é sinônimo de ignorância, também acho imbecilidade acreditar que tudo é Teoria da Conspiração. Será que realmente precisamos ser cientistas estudiosos no assunto para ver que no Brasil - um país tropical - houve um furucão (o furacão Catarina)? Algo que nunca antes havia ocorrido num país da América do Sul!

Neste blog em especial o autor diz que o CO2 é uma fraude. Que na verdade a poluição causada pelo homem é insignificante para o efeito estufa ocorrer. Resumindo: a taxa de coloboração do homem na emissão de CO2 são de míseros 0,12%. Você acredita nisso? O ser humano com uma população de mais de 6 bilhões de habitantes no mundo todo! Sendo que este número têm a tendência de crescer cada vez mais. Resumindo: Somos a espécie que mais cresce vegetativamente no planeta Terra - nenhuma outra se compara a nós. E, diferente dos outros animais, nós exigimos do planeta mais do que ele pode nos dar.

Em 1994 havia no Brasil um carro para cada 10,4 habitantes. Hoje, a relação é 7,9 pessoas por carro. Apesar da evolução, a quantidade de carro por habitantes no Brasil é muito pequena, comparando com os países desenvolvidos. Os Estados Unidos são o país que tem maior número de carros em relação à sua população: 1,3 habitante/carro. Em seguida vêm a Itália (1,5) e Austrália (1,6). Japão, Canadá, Espanha e Alemanha têm 1,7 carro por habitante.

Ok, agora eu me pergunto: como podemos ter uma mísera taxa de 0,12% de emissão de CO2 responsável pelo efeito estufa? Somente se baseando pelos dados acima - tirando as inúmeras fábricas espalhadas mundo afora, por exemplo.

Bom, mas voltemos ao CoP 15: os chefes de estado e diplomatas responsáveis por dar à sociedade mundial referências claras e instrumentos efetivos para o combate às mudanças climáticas falharam em Copenhague. Mas a esperança se renovou. Colocar 120 líderes mundiais, juntos e pressionados pela opinião publica já é muita coisa. O mesmo podemos dizer da inédita atenção que o tema teve das empresas, da mídia, dos políticos e do público em geral. Mesmo ainda sem uma boa base para políticas públicas, são conquistas irreversíveis.

Foi feito em dois dias algo que nunca antes havia acontecido. O movimento Tic Tac Tic Tac reuniu 15 milhões de assinaturas em Copenhague e mais de 100 mil pessoas marchando no dia 12 de Dezembro. Também foi o movimento Tic Tac Tic Tac e seus parceiros que influenciaram a posição do Brasil no CoP 15.

Se é possível fazer alguma coisa para sobrevivermos, acho que deveríamos fazer, não? O planeta vive sem os humanos, mas nós não vivemos sem ele.

Sermos apenas parasitas irá ter uma repercussão no futuro. E acredito, eu, que não será muito boa.



Fontes: Scientific American - Ed. 03 (Terra 3.0 - O aquecimento da Atmosfera); http://www.webmotors.com.br; http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Aquecimentol1.html; http://www.tictactictac.org.br; http://en.cop15.dk

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Fim de ano...

Passei muito tempo sem escrever. Final de ano na faculdade e foram tantas provas e preocupações... Bom, passei para o 2º ano da faculdade!

Depois, quando acabou tudo, estava tão empolgada para rever os amigos, procurar novos livros e ler as notícias do mundo que a inspiração de escrever foi-se embora sem mais nem menos. Gosto de escrever quando me sinto inspirada, quando sinto que algo dentro de mim me impulsiona para que eu possa transpor a matéria e pôr a minha alma naquilo que escrevo.

E, agora, como não vou mais viajar estarei aqui escrevendo e lendo como antigamente! Ah, doces férias...

Mais um ano termina e agora é hora de rever o que fizemos no ano de 2009 - os erros e os acertos. Também é hora de pensar no que será feito em 2010 e ter pensamentos positivos. Agradecer pela vida e por todos aqueles estão do nosso lado.

Vivemos num ciclo de início, meio e fim. E, portanto, cada ano novo é uma bênção! Então, vamos festejar!

Espero que todos tenham tido um Natal maravilhoso e que o ano de 2010 venha trazer muitas reflexões e mudanças positivas!

sábado, 17 de outubro de 2009

Reescrevendo a história!

Em 1992-1993 no oeste do rio Awash, Depressão de Afar e Aramis na Etiópia, foram encontrados 17 fosséis de um hominídeo datando de 4,4 milhões de anos. Foi uma descoberta chocante no mundo da ciência.

O mais interessante, entretanto, foi se desdobrando com o passar de um estudo extremamente cuidadoso de dezessete anos. Reconstruindo a partir dos fósseis e da ajuda da ciência combinada com a tecnologia, surgiu o possível ancestral mais antigo do homem: O Ardipithecus ramidus.

No dia primeiro de Outubro de 2009, paleontologistas anunciaram a descoberta de uma Ardipithecus relativamente completa da subespécie ramidus - depois de longos dezessete anos de estudo. São os restos de uma fêmea intitulada de Ardi. Por suas características peculiares, Ardi não pôde ser encaixada na espécie de Australopithecus, como a conhecida fêmea Lucy. Ardi era ligeiramente inferior a Lucy, mas possuía duas vezes seu peso. Embora não se saiba se a espécie de Ardi desenvolveu os Homo sapiens, a descoberta é de grande importância visto que Ardi é o mais antigo e completo fóssil conhecido de hominídeos.

Cerca de um milhão de anos mais velha que Lucy (a ancestral mais antiga do homem até então) a fêmea Ardi começou o que eu creio ser uma grande revolução em todos os livros de história. Primeiramente, Ardi não era um macaco nem um humano. Possuía um crânio pequeno, media cerca de 1,20m de altura e pesava 55 kg.

Entretanto, seus pés eram mais semelhantes aos símios que aos humanos. Então como Ardi era bípede? Por quê era bípede? Os cientistas perceberam que algo bizarro ocorria; Ardi ia de encontro a todo o conceito de evolução que até então tinham como correta. Ardi não podia ser visualizada pela ciência antes; apenas agora.

Com aqueles pés Ardi podia agarrar coisas no chão como um macaco, contudo Ardi andava apenas com eles dois. Suas mãos, diferentemente dos símios, não possuíam nós que possibilitavam o andar de quatro patas. Outra diferença marcante são os caninos. Essa nova espécie descoberta possuía caninos pequenos inclusive nos machos, diferentemente dos chimpanzés atuais.

Com a descoberta de Ardi, paleoarqueólogos e cientistas do mundo todo juntaram-se pela busca de mais evidências nos solos da Etiópia. Dezessete anos de estudos contínuos e de busca por toda e qualquer evidência fossilizada possibilitou uma reconstrução aproximada de Ardi e do mundo em que ela viveu. Descobriu-se que a Etiópia, há 4,4 milhões de anos, não era uma savana e sim uma floresta densa de árvores altas. Isso pôs em cheque uma teoria evolucionista que afirmava que as savanas haviam poporcionado um ambiente extremamente propício para que nossos ancestrais se tornassem bípedes; visto a possibilidade de olhar por sobre alturas maiores e alcançar frutos com mais facilidade.

Contudo, Ardi vivia numa floresta densa. Era bípede e cujos machos de sua subespécie - Ardipithecus ramidus - possuíam caninos pequenos. Em tese, ambas características não trariam vantagens. Animais quadrúpedes são mais rápidos e caninos maiores e mais fortes possibilitam uma defesa maior. Entretanto deveria ter existido vantagens extremamente significativas para que a evolução tomasse tal rumo. Hoje, vemos que os chimpanzés e gorilas estão quase a beira da extinção, limitando-se a pequenas áreas, enquanto os humanos ocupam todo o planeta. Cientistas criaram uma teoria de que o fato de ser bípede trazia a vantagem da coleta de alimentos. As fêmeas eram atraídas pelo macho que coletasse mais e não por aquele que possuía caninos maiores. Isso possibilitava uma alimentação farta tanto para as fêmeas quanto para os filhotes possibilitando, inclusive, mais encontros sexuais e, portanto, mais nascimentos.

Darwin afirmava que éramos uma evolução dos chimpanzés pela aparência e inteligência semelhantes. Na época, sem uma prova visual, Darwin foi ridicularizado. Apesar de não sermos a evolução dos chimpazés; apesar de que hoje temos conhecimento de que são duas evoluções diferentes, sabemos que Darwin não estava de todo errado.

Recentemente, em 2001, descobriu-se um novo fóssil de um novo hominídeo, um ancestral um milhão de anos mais velho que Ardi: O Ardipithecus kadabba. Esta subespécie viveu cerca de 5,54 e 5,77 milhões de anos atrás.

O doutor Haile-Salassie descreve o Ardipithecus kadabba como a provável primeira éspecie do ramo até os humanos, logo após a separação evolutiva da linhagem comum com os chimpanzés. Pelas descobertas do Ardipithecus ramidus e o Ardipithecus kadabba, estima-se que o primeiro ancestral comum entre os chimpanzés e os humanos deva ter em média 6 a 7 milhões de anos.

Por curiosidade: Neste ano de 2009 comemoram-se os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e também os 150 anos da publicação do livro "A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural". Coincidência, não?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As Olimpíadas de 2016

Primeiramente devo dizer que não sou nem pró Lula nem contra Lula. Acho que qualquer forma de radicalismo é ruim porque não aceita opiniões diversas, não tem uma abertura geral da situação, da realidade e isso é péssimo tanto para a pessoa radical em si, que se torna extremamente alienada, quanto para a sociedade em geral. Mas devo dizer também que, particularmente, identifico-me bem mais com a esquerda do que com a direita. Esclarecida, então, a minha visão política vamos a minha humilde opinião sobre as Olimpíadas de 2016.

Quando soube que as Olimpíadas seriam no Rio de Janeiro a primeira reação que tive foi neutra. Nem fiquei feliz e saltitante e nem triste e cabisbaixa. Disse à mim mesma: "Antes de tudo vou analisar as consequências políticas disso para o Brasil, favoráveis ou não". Afinal, não sou letrada em política e ainda não sei o que juridicamente as Olimpíadas iam representar para o nosso país internacionalmente.

Esperei até o dia seguinte, pois teria aula de Ciência Política e nada melhor do que esclarecer essas dúvidas com o meu professor. A aula daquele dia era sobre democracia e, no meio dela, meus colegas dispararam a perguntar sobre as Olimpíadas de 2016 no Rio (nem precisei esperar o fim da aula). Meu professor é extremamente humilde e a aula dele, para mim, com certeza, é a melhor de todas. Ele deu de ombros e disse mais ou menos assim:

"Bom, para o Rio de Janeiro as Olimpíadas serão excelentes, mas para o resto do Brasil não creio que será o mesmo. A partir do momento em que o Rio de Janeiro foi escolhido para ser sede das Olimpíadas, o Brasil teve que assinar um contrato internacional no qual ele se responsabiliza por melhorar, consideravelmente, os meios de transporte, os pontos turísticos e a violência no Rio de Janeiro. Caso não sejam feitas tais melhoras, ele sofrerá uma pena internacional pré-estabelecida. Obviamente que o Brasil não irá querer sofrer essa penalidade de caráter internacional, portanto, em longo prazo, as arrecadações feitas pelo Estado brasileiro irá em boa parte para o estado do Rio de Janeiro. As verbas já são muito mal distribuídas e isso irá se intensificar. O Brasil inteiro vibrou, mas o cidadão que vive, por exemplo, na Amazônia mal sabe que a verba que ia para o seu estado será potencialmente desviada para o Rio de Janeiro".

Uma aluna perguntou, nesse momento, o que o governo Lula deixará para o Brasil no fim das contas.

"Entre todos os governos desde 1988, com certeza, o governo Lula foi o que mais investiu em ações sociais. Mesmo que esse negócio de bolsa família seja mais uma medida eleitoreira que social, relembremos nossos presidentes anteriores: Sarney, Collor, Itamar, FHC.
Por exemplo, vejamos as universidades públicas. Elas estavam em caos! E na era FHC muitos diziam que seria o fim das universidades federais e estaduais. Alguns até pensaram em estipular uma mensalidade que seria paga por todos aqueles que não entrassem pelas cotas e isso só não ocorreu porque os estudantes de dentro das universidades se rebelaram.
O fato é que a Universidade Federal (que antigamente mal conseguia pagar a conta de luz, água e o papel higiênico - posso dizer isso com todo embasamento, pois naquela época eu era professor da Universidade Federal da Bahia) hoje pensa em finalmente, depois de um congelamento de mais de onze anos, aumentar o salário dos professores, incentivá-los à pesquisa e melhorar as condições da infraestrutura das universidades. Além disso, o número de universitários dobrou e, mesmo que eu ainda diga que a escola pública deveria ter sido o primeiro local - pois é a base - para sofrer esse tipo de estatística, ainda sim não deixa de ser uma melhora".

Depois disso não pude fazer outra coisa a não ser concordar com o que ele disse (em tudo). Eu mesma, por exemplo, sou filha de dois professores da UFBA e lembro daquela época como se fosse hoje. Uma época de vacas magras - de greves constantes e de insatisfações (de alunos e professores). Hoje, entratanto, as coisas vem melhorando vertiginosamente. E não é preciso ser filha de professores da Universidade Federal, ser o próprio professor ou aluno para ver o óbvio.

Discutir política, de fato, é uma arte que deveria ser uma capacidade inerente a todos, mas que infelizmente não é. Creio eu que política não é impulsividade, mas sim uma análise profunda de benefícios ou maléficios a curto ou longo prazo. É rever historicamente erros e acertos e tentar fazer diferente em prol de você mesmo, em prol do próximo e de todos que estão por vir.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Querida infância...

Hoje é um dia especial. Homenageando esses pequenos seres que um dia serão grandes: nossas crianças (nosso futuro).

Minha mãe sempre disse que não há sensação melhor do que a de abraçar uma criança e senti-la estreitando os seus bracinhos sobre nós. Creio que ela tem razão. A energia de pureza e inocência, além da magia encantadora de acreditar num mundo lindo e surreal são exclusividade dessa fase maravilhosa chamada infância.

Hoje peguei-me relembrando de mim mesma quando pequena; tão cheia de sonhos e fantasias. Naturalmente tive que crescer e muitos desses mesmos sonhos e fantasias perderam-se no tempo ficando, entretanto, a nostagia e a doçura da lembrança. Ainda conservo dentro de mim alguns resquícios da criança que eu fui outrora e que ainda vibra, corre, brinca, ri de bobagens, que não gosta de calúnias, mentiras e vive o momento com plenitude.

Tornar-se adulto é inevitável, porém pra quê mudar o que há de bom existente na crinça que um dia você foi? Para quê tornar-se sempre sério quando você pode gargalhar e sentir as bochechas e a barriga doerem de alegria?

Às vezes, em meio a inocência de uma criança existe uma maturidade incrível; uma visão que muitos perdem com o passar dos anos: a sensibilidade.

Assista:

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sensação de dever cumprido

Ontem foi o último dia de apresentação do minicurso sobre Bullying em que eu e mais alguns colegas ministramos. Estávamos cansados e queríamos terminar logo. A escola pública na qual ficamos responsáveis era na Cidade Baixa, ou seja, extremamente longe do lugar onde estudávamos ou morávamos. Nesses cinco dias de aula foi uma tarefa árdua se deslocar da Cidade Alta para a Cidade Baixa... Extremamente árdua.

Mas ontem, quando finalmente demos por encerrado o minicurso, a sensação que se apoderou sobre mim foi maravilhosa. Aqueles adolescentes naquele dia estavam atentos e pareciam beber nossas palavras. Na parte das dinâmicas eles participaram e respeitaram a vez do outro. Mesmo que a gente não tenha conseguido alcançar uma conscientização plena em todos, sinto que uma sementinha foi plantada e uma melhora aconteceu. Ao menos agora eles sabem das consequências de seus atos...

Todos os meus colegas sentiram o mesmo. Estávamos cansados, mas felizes. Mesmo com todas as adversidade, os problemas com o equipamento de áudio-visual, o estresse para fazermos tudo a tempo; sabemos que fizemos o melhor que podíamos.

Ministrar esse minicurso ajudou, consideravelmente, a tirar o meu tempo livre, dificultar os meus estudos na faculdade, impossibilitar-me de atualizar o meu blog e ler os blogs amigos... Mas, mesmo assim, algo muito maior ficou, algo que não sei dizer o que é, mas que mexeu comigo. Foi difícil, muito difícil, mas vi uma realidade totalmente diferente da minha e agora sinto-me mais apta para escrever sobre eles, pensar sobre eles e, até mesmo, criticar nosso sistema educacional.

Um sistema educacional precário que não incentiva a sede de conhecimento dos jovens, muito pelo contrário, até desestimula. Ao mesmo tempo, entretanto, vi que a vice-diretora e alguns funcionários daquela escola eram doces de pessoas que fizeram de tudo para que ministrássemos nossas aulas com o material que havíamos preparado, mesmo com todos os problemas que apereceram. Portanto, creio que há esperança e sei que sempre haverá enquanto houverem pessoas dispostas a fazerem a diferença.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dancem, Macacos, Dancem!



Pois é, agora vou dançar. Digo... Estudar.


(Amanhã tenho prova de Direito Civil)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amor platônico e o fim de um ciclo

Lá estava eu no auge de meus 14 anos bem perto de fazer 15. Era uma quinta-feira ensolarada, porém era um dia atípico no meu colégio e todos estavam eufóricos; ao invés de termos a última aula do dia nós teríamos algo parecido com uma palestra no teatro da Escola.

Eu não sabia o que estava acontecendo e tão pouco me importava. Achava legal e estava contente com uma aula diferente, mas não sabia sobre o que seria e nem quem seria o palestrante.

Eu peguei minha bolsa, meus materiais e junto com minhas amigas fomos para o teatro. Lembro-me muito bem que sentei na segunda fileira do canto direito, ou seja, eu ia ver perfeitamente o palestrante dalí.

Conversando com algumas meninas, momentos antes da palestra começar, soube que o palestrante era um cartunista famoso e obviamente me empolguei quando soube. Fiquei muito ansiosa quando ele apareceu de costas, ainda falando com nossa coordenadora.

De repente ele virou e, ao invés de subir para o palco, ficou na platéia com o microfone na mão. Naquele momento a única coisa que veio na minha cabeça foi: "Lindo!". Ele era, na minha concepção ingênua, o homem mais maravilhoso que já havia visto na vida.

Fiquei fixamente olhando, sem conseguir desviar o foco sequer um minuto enquanto ele gesticulava e conversava brincando conosco. Ele sorria com um brilho nos olhos enquanto falava sobre o prazer de desenhar, de fazer o que gosta e da necessidade de conscientizar as pessoas através de seu trabalho. E quanto mais ele falava mais encantada eu ficava...

Ele era tudo o que eu, uma garota madura de 14 anos (pelo menos era assim que eu me considerava), havia sonhado: jovem, idealizador, bonito, maduro e inteligente. O que mais eu poderia querer?

Quando a palestra terminou eu não resisti ao impulso de me aproximar e senti uma raiva dentro de mim quando vi que outras meninas também não haviam resistido. Eu fulminei cada uma delas com meu olhar discreto enquanto eu ainda o via sorrir e falar com uma simplicidade encantadora.

De repente, eu percebi estarrecida que eu estava tendo o meu primeiro amor platônico. Nunca antes havia me sentido tão encantada por alguém. Quando a ficha caiu eu me senti imatura...

Eu sempre havia dito que amor platônico não existia, que era uma ilusão criada por uma pessoa infântil que ainda sonhava com contos-de-fada. Para a minha surpresa o feitiço havia virado contra o feiticeiro. Eu, na verdade, era a pessoa infantil que ainda sonhava com contos-de-fada...

Me envergonhei, mas continuei olhando fixamente para ele enquanto falava algumas poucas vezes sobre a palestra. Ele, de repente, deu um sorriso aberto para mim e perguntou-me se eu ia para a Bienal do Livro. Eu senti meu coração disparar e minhas bochechas ruborizarem quando percebi que a pergunta era direcionada a minha pessoa. Eu respondi um tímido "sim" e ele sorriu mais abertamente ainda mandando-me procurá-lo em seu estande. Eu só pude sorrir de volta, abobalhada, enquanto sentia uma felicidade sem tamanho crescer dentro do peito. Eu sempre havia amado a Bienal do Livro e naquele momento havia surgido mais um motivo para amá-la ainda mais.

Saí do teatro com uma cara de quem havia ganhado na Mega Sena. Eu contei para as minhas amigas e elas riram me dizendo que não o havim achado tão incrível assim, mas eu não me importei. Ele era, para mim, maravilhoso.

Naquele mesmo dia, descobri que ele era o tio de uma das minhas amigas com quem eu conversava as vezes. Descobri, também, que ele tinha 24 anos e para mim foi um choque. Ele era jovem, mas definitivamente não para a minha pessoa. Eu tinha apenas 14 anos e ainda nem havia sequer entrado no Ensino Médio. A minha cabeça, naquele instante, sentenciou que ele nunca ia me ver como mulher.

Fiquei desconsolada e decidi manter, de fato, um amor platônico: olhando-o e admirando-o a distância até crescer e ter meus 18 anos quando ele, finalmente, veria a mulher que eu havia me transformado. Aquele era meu plano e com o tempo foi esquecido. Continuei a ir para a Bienal do Livro, a vê-lo e conversar algumas poucas vezes com ele, mesmo quando eu tinha que lembrá-lo de onde ele me conhecia...

Hoje, eu tenho 18 anos e descobri, por coincidência, que aquele meu primeiro amor platônico está namorando e teve um filho neste mesmo ano. Não pude deixar de sentir uma dorzinha e, ao mesmo tempo, uma nostalgia gostosa quando eu lembrei do meu inocente plano de quatro anos atrás e de como o mundo sempre dá voltas...

*Quadro do início do post de Josephine Wall - Prelude to a Kiss

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre pais e filhos

Eu vou recomeçar as minhas aulas na faculdade nesta segunda-feira, dia 27. Tenhos três trabalhinhos de férias pra fazer e que eu fiquei empurrando com a barriga durante todo este mês (risos). Mas antes de voltar a fazê-los (sim, eu estava fazendo-os) eu gostaria de escrever sobre algo que eu não parei de pensar desde que lembrei de uma discussão que tive numa das inúmeras aulas de Ciência Política e Direito Civil.

Nós falávamos sobre o fim da família tradicional e a ascenção da família afetiva. Resumindo: Não importa se eu tenho laços sanguíneos com você, contanto que eu lhe ame e vice-versa.

Sou completamente a favor e, de fato, eu acredito na existência da família afetiva. Quem não tem - há de ter - alguém importante que ame como a um irmão, como até mesmo a um pai ou uma mãe...

Em alguns casos, o fato de ser um parente biológico nem significa muita coisa. Mas o que eu tentei expressar no dia (e eu acho que não consegui muito bem) foi a banalização do verbo "amar".

Hoje, tudo é motivo pra casamento. "Conheço uma pessoa há um mês e vamos nos casar no próximo porque já não consigo viver sem ela". Nossa, fico até agoniada quando ouço essas
coisas...

O ser humano é algo complexo, paradoxal e ambivalente. Você acha que o conhece, mas o tempo pode trazer surpresas inesperadas.Você acredita numa ilusão que criou.

Meses ou alguns anos podem não ser suficientes para mostrar quem de fato aquela pessoa é. As vezes nem mesmo ela sabe. Eis o perigo de se relacionar às cegas.

E o que mais me deixa "revoltada" (não era bem essa palavra que eu queria usar) é quando essa banalização do verbo "amar" atinge pessoas inocentes: os filhos.

"Eu o amo e por isso quis ter um filho com ele". Ah! Qual é? Isso se chama o cúmulo do egoísmo! Uma pessoa dessas sequer está pensando na criança que vai crescer e se desenvolver, mas está vendo a criança como um objeto, a "prova de amor".

Essas emoções fulgazes, essa falta de tato nos relacionamentos levam, invariavelmente, a separação. Depois essa tal pessoa imaginária casa-se de novo e, mais uma vez, levada pelo sentimentalismo do momento, sem raciocinar, sem pensar que suas ações, agora, envolvem seu filho também.

E eis que temos um ciclo sem fim até o dia em que essa pessoa caia na real e veja que casar e ter filhos não é como brincar de casinha. Uma criança precisa de estabilidade, de pais presentes, de pessoas queridas que lhe dêem apoio e orientação.

Ter um filho nos dias de hoje é um ato de coragem que eu admiro. Eu imagino que não deva ser nada fácil. Mas, também, deve ter uma sensação de plenitude ao ver um filho crescido trabalhando, se esforçando e percerber que se tornou um homem/mulher de bem.

O certo, na minha humilde opinião, seria: "Eu o amo e estou pronta para ser mãe assim como ele está pronto para ser pai". E vice-versa...

Não se esqueçam que não se cria os filhos para si, mas para o mundo. As crianças de hoje são os adultos de amanhã e uma criança feliz e bem orientada tem muito mais chance de ser um cidadão capaz de fazer algo de positivo tanto para a sua comunidade quanto para o mundo.


Um livro muito bom que tive certo contato nas férias foi:

Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury


(Sim, eu gosto de ler um pouco de tudo).