sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre pais e filhos

Eu vou recomeçar as minhas aulas na faculdade nesta segunda-feira, dia 27. Tenhos três trabalhinhos de férias pra fazer e que eu fiquei empurrando com a barriga durante todo este mês (risos). Mas antes de voltar a fazê-los (sim, eu estava fazendo-os) eu gostaria de escrever sobre algo que eu não parei de pensar desde que lembrei de uma discussão que tive numa das inúmeras aulas de Ciência Política e Direito Civil.

Nós falávamos sobre o fim da família tradicional e a ascenção da família afetiva. Resumindo: Não importa se eu tenho laços sanguíneos com você, contanto que eu lhe ame e vice-versa.

Sou completamente a favor e, de fato, eu acredito na existência da família afetiva. Quem não tem - há de ter - alguém importante que ame como a um irmão, como até mesmo a um pai ou uma mãe...

Em alguns casos, o fato de ser um parente biológico nem significa muita coisa. Mas o que eu tentei expressar no dia (e eu acho que não consegui muito bem) foi a banalização do verbo "amar".

Hoje, tudo é motivo pra casamento. "Conheço uma pessoa há um mês e vamos nos casar no próximo porque já não consigo viver sem ela". Nossa, fico até agoniada quando ouço essas
coisas...

O ser humano é algo complexo, paradoxal e ambivalente. Você acha que o conhece, mas o tempo pode trazer surpresas inesperadas.Você acredita numa ilusão que criou.

Meses ou alguns anos podem não ser suficientes para mostrar quem de fato aquela pessoa é. As vezes nem mesmo ela sabe. Eis o perigo de se relacionar às cegas.

E o que mais me deixa "revoltada" (não era bem essa palavra que eu queria usar) é quando essa banalização do verbo "amar" atinge pessoas inocentes: os filhos.

"Eu o amo e por isso quis ter um filho com ele". Ah! Qual é? Isso se chama o cúmulo do egoísmo! Uma pessoa dessas sequer está pensando na criança que vai crescer e se desenvolver, mas está vendo a criança como um objeto, a "prova de amor".

Essas emoções fulgazes, essa falta de tato nos relacionamentos levam, invariavelmente, a separação. Depois essa tal pessoa imaginária casa-se de novo e, mais uma vez, levada pelo sentimentalismo do momento, sem raciocinar, sem pensar que suas ações, agora, envolvem seu filho também.

E eis que temos um ciclo sem fim até o dia em que essa pessoa caia na real e veja que casar e ter filhos não é como brincar de casinha. Uma criança precisa de estabilidade, de pais presentes, de pessoas queridas que lhe dêem apoio e orientação.

Ter um filho nos dias de hoje é um ato de coragem que eu admiro. Eu imagino que não deva ser nada fácil. Mas, também, deve ter uma sensação de plenitude ao ver um filho crescido trabalhando, se esforçando e percerber que se tornou um homem/mulher de bem.

O certo, na minha humilde opinião, seria: "Eu o amo e estou pronta para ser mãe assim como ele está pronto para ser pai". E vice-versa...

Não se esqueçam que não se cria os filhos para si, mas para o mundo. As crianças de hoje são os adultos de amanhã e uma criança feliz e bem orientada tem muito mais chance de ser um cidadão capaz de fazer algo de positivo tanto para a sua comunidade quanto para o mundo.


Um livro muito bom que tive certo contato nas férias foi:

Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury


(Sim, eu gosto de ler um pouco de tudo).

7 comentários:

  1. Ana Luiza, o fato é que vc escreve MUITO BEM. Fico envolvida na maneira em que vc escreve e não só no tema que vc escolheu para escrever. Acredito na família afetiva, e entendo o que vc chamou de banalização do amor. A verdade é que passamos por um período de banalização geral. Do amor, do que entendemos de violência urbana, do decoro político....
    Excelente post,
    Bj

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  2. Acho que hoje em dia as pessoas só têm filho pra alimentar o próprio ego. A criança é a coisa na qual MENOS pensam na hora de decidir ter ou não filhos.
    E é por isso que eu digo que eu não sei se vou ou não ter filhos - se for pra ter que criar as crianças à base de babá, daquelas que vão atrás dos pais pra TODO lugar (isso me dá um nojo!), prefiro nem ter.

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  3. O que eu mais odeio é a mentalidade de "ter filho para salvar casamento". A criança nasce de um desespero momentâneo e os pais lhe entregam todas as fichas para resolver algo que não está em seu âmbito.Daí que vem a mãe não ter nem paciência de cuidar da criança nos fins de semana (depois de uma semana sem vê-la praticamente) e precisar da babá 24 horas por dia. Não existe "cansaço de trabalho" que leve a você quase nunca cuidar do seu próprio filho. Pior que babá cuida, mas não educa. Qualquer grito ou dura com a criança é chance dela ir pro olho da rua.

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  4. Oi Ana.

    Obrigada pela visita. Também gostei muito do seu blog.
    Não consigo entender essas pessoas que se casam no dia seguinte. è um passo que temos que pensar muito antes de dá-lo. Filho, então nem se fala. Ainda mais nos dias de hoje.

    Bjs.
    Elvira

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  5. Eu também acredito na família afetiva, afinal, os amigos são os irmãos que escolhemos. Mas se vc parar pra pensar. Toda família (e aqui me refiro a primeira geração de consaguineidade: pai, mãe e filhos) é afetiva, pois o que uniu o homem e a mulher foi o amor entre os dois, certo? Tio, tia, primo. Pode ou não ser parente e daí estou de acordo com a sua teoria. Só vale se tiver amor.
    Gostei do seu blog e agradeço a visita lá no carfofo.
    Beijos,

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  6. muito bom teu texto.
    Ótimo blog, gosto daqui,
    Maurizio

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  7. Ana querida, que saudade dos seus posts!!!!!
    Ainda está enrolada com os trabalhos da faculdade????
    Obrigada pela visita e pelo "bonita" ;p
    Bj

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