domingo, 10 de outubro de 2010

Comer, Rezar, Amar

Toda mulher tem um momento da vida que para e pensa: "o que estou fazendo?". É aquele momento em que tudo perde a graça, as pessoas são as mesmas de sempre e a excitação pelo simples prazer de acordar pela manhã vai embora e o desejo que fica é que o sono permaneça como um acalento para a alma.

Sim, o que uma jovem como eu sabe desse momento da vida de uma mulher? Não muito. Verdade. Mas o fato é que se analisarmos com calma veremos que o ritmo da vida tem se tornado muito mais agitado. Uma jovem como eu, hoje em dia, têm muito mais responsabilidades e cobranças. Vivemos no mundo da globalização e, portanto, da rapidez. Tudo tem que ser para o "agora" e isso torna tudo muito mais estressante.

Pode ser que eu ainda não tenha estado nesse momento ainda. Mas, sim, já me cansei de tudo ao meu redor. Me cansei da rotina, das pessoas e de mim mesma. Hoje, não tenho nem mais tempo pra me cansar. Mas gostaria de mudar o ritmo da minha vida. Algo que pudesse me extasiar.

Ah, não há limite de idade para quem assiste ao filme "Comer, Rezar, Amar" e que não tenha se identificado pelo menos um pouquinho com algumas das frustrações de Elizabeth e também na busca dela pelo seu sentido de vida. Pelo seu eu interior.

A fotografia do filme é linda e as músicas são uma inesperada delícia para os ouvidos. Além da belíssima música de Eddie Vedder "Better Days" o filme têm lindas canções de Bossa Nova. Um encanto!

Tudo bem! Cometi o pecado de assistir e não ler o livro. Mas, na atual fase em que me encontro, acho incrível eu estar escrevendo este post sendo que agora eu devia estar estudando alguma coisa...

Enfim, seja pela Itália e sua gastronomia que enche os olhos ou pela Índia e sua incrível espiritualidade ou por Bali com sua natureza exótica e junto com ela um inesperado amor, não há como não se encantar e não sair do filme rindo à toa...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Senso de cidadania

As eleições se aproximam e essa vai ser a primeira vez que eu voto. Não posso deixar de pensar que carrego agora a responsabilidade de um país no meu poder de decisão. O voto é o símbolo da democracia, de um governo popular. Enfim, de um Estado Democrático de Direito.

Caramba! Já é domingo agora o dia em que todo mundo irá sair de suas casas no intuito de votar (inclusive eu). Não vou mentir que ainda não sei bem em quem votar para alguns cargos políticos. Algumas opções que tinha em mente eu acabei me decepcionando nesse meio tempo de análise (e devo dizer uma análise que nem chegou a ser muito profunda). Ainda nem sequer pesquisei a fundo sobre os candidatos e estou bem desesperada com isso.

Quero votar consciente e votar certo! Minha vida anda um caos... Estou sem tempo pra nada. Nada, nada mesmo! Estou dormindo pouco e tentando pôr todas as responsabilidades em dia (e está sendo uma tarefa MUITO difícil). Entretanto, eu sei que preciso agora arranjar um tempinho nos meus dias e rever todos os meus possíveis candidatos um a um.

Longe de mim fazer campanha política aqui. Acho que cada um deve ter sua consciência e votar naquilo que acredita e crê que seja bom para o país. Mas, como cidadã que sou, deixo aqui meu apelo para que todos que leiam este post reveja seus candidatos e vote com seriedade! Eleição não é brincadeira! Cada político possui um dever para a nossa socidade e uma escolha mal feita, certamente, trará péssimas repercussões no futuro.

Temos uma democracia jovem de apenas 22 anos. Nesse meio tempo o povo começou a se politizar e a perceber aos poucos que o seu voto faz a diferença. Passamos do tempo das oligarquias, do voto de cabresto e, principalmente, da ditadura. Resta o povo se conscientizar cada vez mais e atentar para sua privilegiada posição de legítimo e irrevogável poder no nosso Estado.

sábado, 21 de agosto de 2010

Eu não preciso mais de você

Júlia chegou em casa cabisbaixa. A bolsa pesava em seu ombro enquanto tinha em mãos vários livros da universidade. No ano anterior havia conseguido o feito de entrar no curso que queria numa instituição de respeito. Era uma jovem com menos de 20 anos, sorriso fácil e feições finas. Pelos padrões estipulados da sociedade ela era considerada bonita.

Tinha tudo o que uma pessoa de sua idade poderia querer: uma família amorosa, beleza e um futuro promissor.

Naquele dia, contudo, Júlia não se sentia feliz. Naquele dia ela havia terminado o seu namoro.

Ela ainda estava na escola quando o viu pela primeira vez. Eles eram compatíveis e Júlia, por ser uma menina de gostos excêntricos, se sentiu atraída. Ele não era o rapaz mais bonito do mundo, mas tinha uma conversa encantadora, uma inteligência vivaz e o dom de fazê-la rir com os gestos mais simples.

Logo de início se tornaram amigos e, como tinha de ser, a amizade evoluiu. Ele a pediu em namoro e ela aceitou prontamente. Eles dividiram seu tempo, suas alegrias, suas frustrações e o relacionamento que começou como um namoro entre adolescentes estava se tornando mais denso com o passar dos meses.

Naquele dia específico eles completariam um ano.

Júlia estava perdida em pensamentos. Lembrava-se de muita coisa e seu coração se apertava. Largou a bolsa e os livros em cima da mesa de seu quarto e ficou pensando no que a tinha feito terminar com o seu atual ex-namorado.

Começou a relembrar, então, os últimos meses que antecederam o término, na cobrança que um exercia sobre o outro e no peso que começou a sentir por estar namorando. Aquilo que havia feito ela exultar de felicidade antes a estava fazendo sentir uma tristeza sem tamanho. Eles brigavam sempre e não conseguiam mais dialogar.

Aquele doce romance que eles haviam tido agora era um relacionamento adulto e ela não sabia lidar com isso. Ela se assustava pensando nisso...

Júlia parou em frente ao espelho. As palavras estavam presas em sua garganta num grito abafado e os olhos inchados pelo choro. Seus dedos passeavam pela superfície fria a sua frente como se pudesse tocar a si mesma. Como se pudesse se consolar de alguma forma com aquele toque débil.

Ela havia aprendido de uma forma cruel que os sentimentos eram complicados.

Ela havia se tornado mulher.

Júlia deu um meio sorriso com a constatação e limpou as lágrimas com as costas das mãos. Foi então que ela vociferou baixinho ainda se olhando fixamente no espelho:

- Eu não preciso mais de você.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A vida como ela é

Engraçado como a vida às vezes nos prega umas peças que, na hora, nos irritam. Mas depois a gente acaba analisando tudo com a calma da serenidade e entende o que se passou como um aprendizado. A gente erra o tempo todo, pois se não errássemos não seriamos humanos.

Pessoas vem e vão de nossas vidas, mesmo que algumas permaneçam por mais tempo que outras. A verdade, entratanto, é que todas elas estão fadadas a irem embora de alguma forma e pra isso precisamos estar preparados para o "adeus". Essa dor que vem da despedida também é uma forma de aprendizado. Não existe melhor professora do que a dor, mesmo que ela seja cruel.

Podemos aprender sem dor... Verdade. Contudo, quando sentimos na pele, a tendência é que estejamos mais prontos para não sentirmos novamente.

Viver tem essa beleza abstrata que mistura alegria e tristeza; dor e prazer. Uma beleza que alguns não vêem, alguns negam e outros admiram. Não há certo e errado no quadro da vida. Existe aquilo que concebemos como certo e errado, pois cada um pinta a vida como quer.

A verdade é que não existe julgamento.

Não existe punição.

Existe a consciência.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Amor?!

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor. Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR".

(Carlos Drummond de Andrade)

Amanhã, que é um dia tão divulgado pela mídia, eu não poderia deixar de expor aqui o que eu penso. Belíssimo o texto de Drummond. Idealiza o "amor" e o relaciona até com o polêmico "amor à primeira vista".

Nós, mulheres, temos uma certa tendência a acreditar no príncipe encantado. A querer acreditar que seremos as escolhidas a viver um grande amor daqueles que lemos em romances ou assistimos em filmes.

Tudo balela.

Não é que eu esteja dizendo que o amor não existe nem nada do tipo. Vejo muitas histórias de arrancar lágrimas dos mais insensíveis. O que eu quero dizer é que esse amor "perfeito" não existe.

Na minha concepção eu vejo a paixão como o primeiro passo - a química e uma vontade absurda de ver novamente "aquela" pessoa. Nesse meio tempo a gente acaba, sem querer, idealizando a pessoa. Isso porque até então tudo é um mar de flores.

Depois, se der certo e se ambos quiserem apostar num relacionamento, é que vem a prova de fogo. Vem o dia-a-dia, os problemas, o desgaste e é aí que você realmente vê quem é quem. A vontade de estar junto pode prevalecer ou não. Se prevalecer e aguentar o tranco dessa vidinha complicada eu diria que este é um relacionamento que está bem próximo do amor.

Eu acredito que o amor é a maturação de um relacionamento. É o companheirismo, a cumplicidade e o abraço nas horas difíceis. É o riso, é o sexo, é a brincadeira e a gastação um com o outro.

Enfim, é o lado bom e o lado ruim.

Com todo o respeito a Drummond... Contos de fada não existem, ne?

domingo, 9 de maio de 2010

A maior solidão

"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre".

(Vinícius de Moraes)

Ah! Vinícius e suas sábias palavras que sempre me fazem pensar. Eu prefiro errar, chorar e sentir a maior dor do mundo a me enclausurar em mim mesma. Sou humana e me orgulho de dizer isso.

Minhas emoções... Nada pode comprá-las, saná-las ou apagá-las. Meus erros me fortalecem e me fazem mais mulher. Sinto o gosto do fel das minhas derrotas, mas também sinto o doce das minhas vitórias. Assim como a luz não existe sem a escuridão, não há felicidade sem dor.

Sigo em frente buscando meu equilíbrio profissional, emocional e espiritual.

O equilíbrio e nada mais.

sábado, 17 de abril de 2010

Focada

Não tenho escrito muito ultimamente, mas minha cabeça não para de funcionar. Eu tenho pensado sobre diversas coisas e estou numa fase bem contida da minha vida - analisando a mim mesma, as pessoas que me rodeiam e o meu universo particular.

A faculdade vem me sugando bastante e eu até que tenho gostado disso. Estou sentindo um certo tipo de prazer em estudar enlouquecidamente - me mantendo ocupada desse jeito eu consigo ampliar meu grau de visão. Contudo, eu preciso de um tempo pra mim. Respirar um pouco e encontrar meus amigos.

Ah, meus amigos. Uma coisa é certa: eu tenho muita sorte em tê-los. São pessoas incríveis e no quesito amizade eu tenho certeza que sou extremamente abençoada.

Entretanto, eu estou bem focada. Sabe aquela sensação que você tem quando se está fazendo tudo direito? Sei bem o que eu quero e agora creio que estou no caminho certo. Nunca me senti assim antes e é uma sensação de segurança muito gratificante. Até porque eu sei que se eu cair eu tenho em quem me segurar.

Afinal de contas... Todos nós precisamos nos encontrar algum dia.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estado de graça

Mais um mês e eu estou tão cansada que mal consigo ter forças pra levantar da minha cama pela manhã. Cansei da minha rotina. Tenho uma vontade louca de sair por aí sem rumo. Largar tudo e ir me enterrar em algum buraco onde eu possa coexistir somente comigo mesma e mais algum ser humano doido o suficiente pra me acompanhar nessa empreitada.

Entretanto, apesar desse cansaço todo, existe uma centelha de mudança em mim. Algo novo que me impulsiona a seguir em frente e deixar pra trás o que deve ser deixado. Me sinto mais viva e mais feliz comigo mesma.

Tenho buscado em mim o meu amor próprio e pude perceber o quão especial eu sou. Ninguém precisa me dizer isso. Estou satisfeita em me olhar no espelho. Estou mais bonita, mais alegre e cheia de esperanças.

É uma mudança positiva que me fez ver a maravilha de se praticar o desapego. Eu não preciso de ninguém pra me completar - eu me completo. Não é que eu queira ficar só... Até porque eu estou muito longe de ser um estóico. Definitivamente, eu não gosto da solidão. Eu gosto e quero pessoas que me complementem. E completar e complementar são duas coisas bem diferentes.

Vivo um dia de cada vez, saboreando cada vitória e me divertindo com pequenas coisas. Antes a minha pressa de ser feliz fazia com que eu buscasse a felicidade de maneira desenfreada. Hoje eu vejo que isso não funciona. É como dar um tiro no seu próprio pé.

Estou vivendo com muita calma. Estou em pleno estado de graça.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Observando o céu

Era um belo dia de sábado. Estava sentada na varanda e comecei a olhar curiosamente as nuvens brancas. Os pensamentos voaram para longe enquanto eu fazia uma retrospectiva da minha vida, das minhas aspirações e sobre a interrogação do meu futuro.

Abracei minhas pernas de encontro ao peito e fechei meus olhos totalmente absorta. Me perguntava como seria daqui pra frente. Quais seriam as dores, as alegrias, as derrotas e os ganhos que eu teria? Como eu reagiria?

O princípio da vida é saber se erguer sem pompa e tratar bem os semelhantes, ou seja, saber ser humilde.

"O mundo dá voltas". - Meus pais sempre diziam. - "Hoje você pode estar por cima, mas o amanhã é uma incógnita. Você precisa se cercar de pessoas boas".

O problema desse conselho é saber quem são as pessoas boas. O sorriso de alguém pode ser uma máscara. Além disso, temos a tendência natural de achar que o outro pensa como nós - nos espelhamos no outro. E, meu deus, como isso é perigoso...

E quanto ao amor? Como reagir diante desse sentimento tão ambíguo e paradoxal? Nos enganamos tanto com nós mesmo - os sentimentos se confundem. Imagine, então, com o outro?

Paixão e amor... Como defini-los desde o início com a razão e não com a emoção?

Tantas dúvidas, mas apenas uma certeza: A de viver plenamente cada dia que passa e saborear os bons momentos ao lado daqueles que consideramos especiais.

É preciso saber evitar o sofrimento, mas nunca esquivando-se dele a ponto de perder a felicidade...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

As pessoas que ficam

No post passado eu falei sobre o fim e finalizei dizendo que o próprio fim é um recomeço. Sim, um recomeço. Uma ironia, não? Mas é a verdade.

A cada fim nós mudamos - nos transformamos em outras pessoas. E isso é necessário. Acredito que nossa missão seja mudar. Mudar sempre e pra melhor.

Certa vez Clarice Lispector disse que somos uma eterna metamorfose - um eterno esboço inacabado.

Entretanto, mesmo que a mudança seja evidente e intrínseca, as pessoas que marcam, vão e saem de nossas vidas deixam sua presença para sempre. Um sopro. Uma lembrança.

Depois que a dor da perda repentina passa, conseguimos ver a importância que um dia essas pessoas representaram para nós. Lembramos dos bons momentos e nos pegamos rindo sozinhos. Por vezes ainda choramos - não com dor - mas com uma doce saudade.

Também sabemos que com o tempo nos esqueceremos de muitas coisas. As lembraças - hoje nítidas - irão se tornar borrões, mas mesmo assim conseguiremos lembrar dessas pessoas. Simplesmente porque certas pessoas marcam e ficam pra sempre.

Como disse Drummond: "Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata".

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O new deal verde global

É fato que a sociedade vêm se preocupando cada vez mais com a situação do aquecimento global. O que era levado na brincadeira - como um capítulo irreal de ficção científica - há trinta ou quarenta anos atrás, hoje, é levado bem a sério. Também é certo que não há mais a possibilidade de fechar os olhos diante da realidade. Infelizmentente, o ser humano tem a tendência de ignorar os problemas e empurrá-los para debaixo do tapete e o que acontece com o passar dos anos é que este mesmo tapete fica cheio demais. Assim, a sujeira acaba por escapar pelos cantos revelando o tamanho da imundice acumulada.

Mas antes que haja desespero é preciso acreditar que é possível reverter a situação. Aconteceu ano passado ano duas conferências globais em Copenhague. Uma pequena regida por cientístas e outra de líderes mundias juntamente com a representação de algumas ONGs de grande porte. Em ambas o que foi colocado em pauta é a necessidade de se estabelecer um new deal verde global que deve ser construído em cada país.

Na conferência pequena que ocorreu em Maio do ano de 2009 e reuniu cerca de mais de 2 mil cientistas, a mensagem final foi de conclusões fundamentais combinando alertas duros e propostas viáveis de solução. A mensagem diz que as tendências observadas de aquecimento estão numa trajetória inaceitável e que há o risco de que acelerem e terminem por levar a mudanças climáticas abruptas e irreversíveis. Um aumento de temperaturas médias superiores a 2ºC não seriam suportadas pela sociedade em geral, especialmente, os países mais pobres que não teriam como suportar os resultados.

Eu fico revoltada com certas coisas que leio pela internet. O ser humano é apenas um animal - um animal racional. E exatamente por ser racional que deveria trazer benefícios ao planeta e não destruí-lo ou ficar sentado inerte pensando nas próximas férias enquanto come um hamburguer com coca-cola. As vezes minha irritação é tanta que eu me pego a pensar em como seria JUSTO que o planeta se revoltasse de vez contra nós humanos. E é isso que vai acontecer mais cedo do que se pensa se nada for feito. Eu estudei muito sobre aquecimento global. Fiz trabalhos e é a linha que quero seguir - a de Direito Ambiental. Sou jovem, mas não sou idiota - eu leio, eu penso, eu estudo!

Vejo blogs radicais dizendo que o aquecimento global é uma fraude e percebo que existem pessoas concordando. Não suporto radicalismo de nenhum tipo e acho que radicalismo é sinônimo de ignorância, também acho imbecilidade acreditar que tudo é Teoria da Conspiração. Será que realmente precisamos ser cientistas estudiosos no assunto para ver que no Brasil - um país tropical - houve um furucão (o furacão Catarina)? Algo que nunca antes havia ocorrido num país da América do Sul!

Neste blog em especial o autor diz que o CO2 é uma fraude. Que na verdade a poluição causada pelo homem é insignificante para o efeito estufa ocorrer. Resumindo: a taxa de coloboração do homem na emissão de CO2 são de míseros 0,12%. Você acredita nisso? O ser humano com uma população de mais de 6 bilhões de habitantes no mundo todo! Sendo que este número têm a tendência de crescer cada vez mais. Resumindo: Somos a espécie que mais cresce vegetativamente no planeta Terra - nenhuma outra se compara a nós. E, diferente dos outros animais, nós exigimos do planeta mais do que ele pode nos dar.

Em 1994 havia no Brasil um carro para cada 10,4 habitantes. Hoje, a relação é 7,9 pessoas por carro. Apesar da evolução, a quantidade de carro por habitantes no Brasil é muito pequena, comparando com os países desenvolvidos. Os Estados Unidos são o país que tem maior número de carros em relação à sua população: 1,3 habitante/carro. Em seguida vêm a Itália (1,5) e Austrália (1,6). Japão, Canadá, Espanha e Alemanha têm 1,7 carro por habitante.

Ok, agora eu me pergunto: como podemos ter uma mísera taxa de 0,12% de emissão de CO2 responsável pelo efeito estufa? Somente se baseando pelos dados acima - tirando as inúmeras fábricas espalhadas mundo afora, por exemplo.

Bom, mas voltemos ao CoP 15: os chefes de estado e diplomatas responsáveis por dar à sociedade mundial referências claras e instrumentos efetivos para o combate às mudanças climáticas falharam em Copenhague. Mas a esperança se renovou. Colocar 120 líderes mundiais, juntos e pressionados pela opinião publica já é muita coisa. O mesmo podemos dizer da inédita atenção que o tema teve das empresas, da mídia, dos políticos e do público em geral. Mesmo ainda sem uma boa base para políticas públicas, são conquistas irreversíveis.

Foi feito em dois dias algo que nunca antes havia acontecido. O movimento Tic Tac Tic Tac reuniu 15 milhões de assinaturas em Copenhague e mais de 100 mil pessoas marchando no dia 12 de Dezembro. Também foi o movimento Tic Tac Tic Tac e seus parceiros que influenciaram a posição do Brasil no CoP 15.

Se é possível fazer alguma coisa para sobrevivermos, acho que deveríamos fazer, não? O planeta vive sem os humanos, mas nós não vivemos sem ele.

Sermos apenas parasitas irá ter uma repercussão no futuro. E acredito, eu, que não será muito boa.



Fontes: Scientific American - Ed. 03 (Terra 3.0 - O aquecimento da Atmosfera); http://www.webmotors.com.br; http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Aquecimentol1.html; http://www.tictactictac.org.br; http://en.cop15.dk