domingo, 14 de fevereiro de 2010

As pessoas que ficam

No post passado eu falei sobre o fim e finalizei dizendo que o próprio fim é um recomeço. Sim, um recomeço. Uma ironia, não? Mas é a verdade.

A cada fim nós mudamos - nos transformamos em outras pessoas. E isso é necessário. Acredito que nossa missão seja mudar. Mudar sempre e pra melhor.

Certa vez Clarice Lispector disse que somos uma eterna metamorfose - um eterno esboço inacabado.

Entretanto, mesmo que a mudança seja evidente e intrínseca, as pessoas que marcam, vão e saem de nossas vidas deixam sua presença para sempre. Um sopro. Uma lembrança.

Depois que a dor da perda repentina passa, conseguimos ver a importância que um dia essas pessoas representaram para nós. Lembramos dos bons momentos e nos pegamos rindo sozinhos. Por vezes ainda choramos - não com dor - mas com uma doce saudade.

Também sabemos que com o tempo nos esqueceremos de muitas coisas. As lembraças - hoje nítidas - irão se tornar borrões, mas mesmo assim conseguiremos lembrar dessas pessoas. Simplesmente porque certas pessoas marcam e ficam pra sempre.

Como disse Drummond: "Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata".